22 dezembro 2012

Do lixão... nasce a dor!



As pipas dividem espaço com urubus
Na pista não há rolimãs, mas carretas.
O dia se passa em pouca luz
Se respira em um eclipse de poeira

Lonas, madeiras, pedaços de telha, pregos expostos.
O piso batido, fios, emendas, sustentam esforços.
Trabalho diário, raro descanso, sonho pretérito.
Pra que no futuro não haja trator ou tumulto,
a derrubar o lar, o teto.

Singela morada que externiza orgulho
Apenas uns palmos num canto do mundo
Apenas a mata que fica nos fundos
Da câmara, senado, ou debaixo de viadutos.

Sobras de obras viram carroças que por horas trafegam
Levam pra casa o que sua casa nega
O resto, o podre, o que se perdeu
que a promoção não vendeu
Fora de moda agora são velhas

A compra do voto em camisa impressa
Comumente usada de sul a norte
Trazem a certeza de falsas promessas
Pois vestem elas e não uniformes

Pro aumento da renda a infância não dorme
Na noite procura, vasculha o lixo.
Aguarda descarga proveniente do shopping
Mas o cansaço é forte acaba dormindo

Em cima do monte de produto vencido
Faz deste mesmo lixo o seu cobertor
Ao amanhecer família chora
Criança foi morta, esmagada por um trator.

Por Markão Aborígine

[Trechos de http://youtu.be/MvvEIDSD5Vc]


17 dezembro 2012

Uma infância roubada, por Claudia Maciel


Uma infância roubada. Rumo às profundezas do vício em todas as suas formas e da criminalidade. Rumo a deformações corporais, traumas emocionais e baixa escolaridade. Quem acredita em sobrevivência? Quem oferece reabilitação? E (re)integração?

Mais de cinco milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos são utilizados como mão-de-obra no Brasil, exercendo tarefas que vão desde o serviço doméstico até reciclagem de lixo nas ruas.

As crianças atualmente são vistas como consumidores em potencial o que acelera também o processo de adultização.

Infelizmente a instituição família está em crise. Com isso, crianças e adolescentes procuram outros meios de aprendizado. O tráfico de drogas, a prostituição infanto-juvenil, ou seja, a criminalidade em geral está de portas abertas para “ensinar”.

Mas ainda assim, existem. Existem alternativas. Qual a alternativa que você sugere?

Conheça o trabalho do rapper Markão Aborígine, a música Andares, e reflita mais sobre este tema. Após, poste em suas redes a alternativa que você sugere e compartilhe este vídeo para que mais pessoas reflitam sobre. Esta causa é nossa!

Por Claudia Maciel
Jornalista [Cufa DF]
Produção Programa Ação Periferia
Rádio Nacional AM, 980 KHZ.




#Andares [Lançamento: Dia 17 de dezembroa s 17hs]

Andares, por Luana Euzébia


Andares é uma música que aborda temas como violação de direitos, exploração do trabalho infantil, exploração sexual, vulnerabilidade social, abandono do Estado, descumprimento do ECA.

Nossas crianças são violentadas cotidianamente, seja por adultos que as exploram seja pelo Estado que as abandona, tirando-lhes as possibilidades mais genuínas de serem o que são: crianças!

Andares denuncia o caos que assola nossa sociedade, denuncia a crueldade com que o sistema capitalista exclui e escraviza nossas crianças e jovens, marginalizando-os e impondo-lhes a miséria e violência como únicas possibilidades de vida, de sobrevida.

Não podemos ficar calados! Temos de denunciar.

O rap assume essa responsabilidade e traz a denuncia e nós afirmamos que a transformação social e a transformação da vida de cada uma de nossas crianças que estão nas ruas, que usam crack, que vasculham lixo para comer, que vendem seus mirrados corpos por uns trocados, que são enclausuradas em Unidades de Internação e em seu própria mísera realidade, essa transformação é dever do Estado, mas é, acima de tudo, responsabilidade de cada cidadão em suas mais simples atitudes diárias.

Por Luana Euzébia
Pedagoga da UIPP [Antigo Caje]
Estudante de Gestão de Políticas Públicas na UnB


#Andares [Lançamento: 17 de dezembro as 17hs]