26 dezembro 2009

Letra da música: Meio Século


Capa do CD

Bem vindo ao epicentro dos destros
Gigantes ondas privativas que varrem todos os hemisférios
Locam e não compram automóveis de uso público
E em licitações amigáveis dividem os lucros
Que luxo! Quantos quilates têm sua privada?
Em seu frigobar só água mineral, e não encanada.
Tipo aquela mesma que passa por algum colégio
No rótulo. Beba esta junto ao remédio
Ordem e progresso, mas progresso para os ricos.
Ordem para os pobres em sua fila rumo ao precipício
O mesmo onde é jogado o lixo hospitalar
Se não morrerem na queda, ainda há a chance de se contaminar.
Deixa pra lá... Em jornais não vejo isto estampados
Mas é claro o governo é fabricante de jornais de 25 centavos
Jovens com estatos, porém não são lembrados.
Pois na primeira página apareceram com seus rostos desfigurados
Páginas do diabo. A morte por uma cédula
Os mesmos que matam, retratam e arrecadam com a tragédia.
Largue sua terra. Bem vindo à dinastia do medo
Falta médico, equipamento e até mesmo leito.
Um alto preço... Condução, sucatas paulistas.
É o tétano ambulante trafegando sobre as vias
Alegria, o florão da pátria é assim.
Transportada em um trem bala de festim.

Ordem e progresso o clero no florão do planalto
Ao redor os vassalos


Vos apresento a capital da esperança sem maquiagem ou máscara
Sua face é notada em suas entradas
O ar que respiramos e a terra que pisamos são divididos por muralhas
Conforto para as aves, pau de arara para os burros de carga.
Gramas a mais, desviam a rota do líquido dos bovinos.
Vão para estômagos de outra terra e para outros intestinos
E é isso que incomoda, reflexo feio no espelho d’água
Excrementos no lago, lavadores de carro, pedintes da rodoviária.
Não se iluda com novo mundo, boa vida só discurso.
Venha se gostar do calor e belo aconchego de viadutos
Sorte sua se conseguir, pois é grande o povo.
Cuja esperança fora desviada para o entorno
Aqui as coisas são mais fáceis, caderno, farda, lápis.
Mas com a alta qualidade aproxima-se um lado do cárcere, outro das grades.
Lugar mais alto do pódio, a propaganda anuncia sua verdade.
Mas pergunte a um estudante e confira se as colocações batem
Eis o contraste. Para a alta classe película, monólogos, páginas, teclas.
Orçamento não garantido para a vizinhança em que a enxada a mão caleja
Constroem andares, piscinas, suítes.
Trocaram o pau a pique, por lona preta e madeirite.
O sofrimento mudou de endereço, deixou a caatinga, o sertão, o nordeste.
Não esperou aqui chegar, visitou cada buraco das BR´s.
Isso é apenas um trecho da realidade que não acaba, nunca some.
Somente é escondida atrás de mentiras, palácios e pontes...

CD "Comemorativo" Aborígine Meio Século em Abril nas ruas

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