26 dezembro 2011

Alienação em 42 polegadas



Parei... Olhei pra mim, tive nojo
Peguei-me assistindo ao Pânico e rindo de meu povo

Tornou-se normal, preconceito lidera audiência
Enxergamos defeitos na diversidade ou deficiência

RISOS

Do outro lado 'feliz' comentário do galã das oito
O negro quando dança passar a ser branco, olhos verdes, louro

Ai vejo que é tudo igual
não importa o canal
Tanto no pessoal quanto no profissional

09 dezembro 2011

1º Encontro de Literatura Marginal no DF



O 1º LiteraRua DF - Encontro de escritor@s da periferia que ocorrerá no 10 de dezembro no Museu da República, e contará com debate entre GOG, Renan Inquérito, DJ Raffa e professora Mariana, que atua na rede pública de ensino do DF e utiliza o Rap e Literatura marginal em suas aulas.

Para participar do debate basta enviar nome, idade e contato para hiphopartsam@gmail.com e aboriginerap@gmail.com. Haverá reembolso dos valores gastos com transporte junto aos inscritos e inscritas.

Vote no Sarau Samambaia Poética junto ao Premio ANU
http://www.premioanu.com.br/

Informações: 9602 6711 e 9116 9950

03 dezembro 2011

6º Festival de Música Popular de Samambaia



Acontece este domingo, dia 04 de dezembro em Samambaia, o 6º Festival de Música Popular da cidade. Com entrada franca o público prestigiará mais de 10 bandas locais com diversos estilos musicais.

Aborígine, DyBobeira, Rone & Rodrigo, Banda Ponto COM e Pileke são umas das grandes atrações que passarão pelo palco! Tudo isto com apresentação de Jad Teles, músico da banda Valvula16

Venha e traga sua família. As apresentações e atividades teem inicio as 10hs da manhã!

ORG. Rádio Ativa FM 98,11

23 novembro 2011

Inquérito lança #Poucas Palavras



"Se a história é nossa, deixa que nóis escreve (...)". Assim pode ser resumido o videoclipe Poucas Palavras, do grupo Inquérito. Um tributo a quem dedica-se a registrar, artisticamente, a história da cultura popular no país.

Por meio da literatura, tida como divergente, marginal, periférica, através dos saraus, surge um novo universo: o das pessoas com livros , papeis e caneta nas mãos, narrando as próprias histórias. Pensando nisso, e na MUDANÇA a que se propõe a fazer, o grupo INQUÉRITO chega, neste mês de novembro -- quando completa um ano do lançamento do terceiro disco -- com o clipe Poucas Palavras.

A obra traz a participação de escritores contemporâneos como Sérgio Vaz, Ferréz, Alessandro Buzo, Toni C., Sacolinha, entre outros, além da participação de artistas da cultura hip-hop que tem feito pela história do movimento, seja através da dança, como Nelson Triunfo, do conhecimento, como King Nino Brown, da comunicação, como Alexandre de Maio ou da música e pelas telas da TV, como o MC Max BO.

Com direção de Vras77 e fotografia de Márcio Salata, o videoclipe assume uma nova estética no rap brasileiro. Todo em preto e branco, sugere o pensamento literário e artístico e parte para uma nova vertente, ainda pouco explorada.

A produção marca o trabalho do grupo que há um ano prega o conceito de Mudança, quando lançou o primeiro videoclipe, Mister M, seguido pelo disco com 20 faixas e o clipe Um Brinde, que se tornou uma campanha mundial de combate ao alcoolismo, sendo exibido em mais de 200 pontos no Brasil e em cinco no exterior, passando por escolas, Fundações CASA, assembleias, câmaras e instituições.

O clipe marca também o início de um novo projeto, que terá sequencia com o lançamento do livro #PoucasPalavras, do líder do grupo, Renan Inquérito, previsto para dezembro deste ano.

19 novembro 2011

Tá chegando a hora!!!



Acontece amanhã a segunda edição do Prêmio Hip Hop Zumbi - Edição Dandara, evento este que vem a resgatar memória de nossas e nossos alicerces, bem como reconhecer o talento candango.

Além das premiações haverá mostra de vídeos, exposição de artesanatos e CDs de Rap além de pockets shows com os grupos Atitude Feminina, Beladona, Hosana, Ninne Ribeiro, Los Guerreros, BraVoz e Brooklyn 22.

Assim como a primeira edição, o Museu da República promete ser palco de grandes emoções. Nesta edição estaremos homenageando algumas personalidades históricas do movimento na capital, serão 3 DJ's que tocam e encantam-nos até os dias atuais.

Vai ficar de fora? Compareça. Este domingo, 20 de novembro a partir das 14hs30min.

Desde já parabenizamos as vencedoras e vencedores do Voto Popular; O Júri técnico está apurando os votos, lembramos que o voto popular tem peso 01 e já citamos que o mesmo já foi utilizado como desempate já nesta edição.

02 novembro 2011

Samambaia em Cena



Finalizando o calendário de aniversário da cidade de Samambaia, ocorre o circuito Samambaia em Cena, que está levando a escolas públicas intervenções teatrais e poéticas.

Esta quarta feira o MC Markão Aborígine apresenta-se ao lado do grupo Almas de vidro as 20hs30min no CEM 414 de Samambaia Norte.

Poesia pra vida e com Entrada Franca!

24 outubro 2011

Traballho infantil: Injustiça indecente



Estou estarrecido com a notícia veiculada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (Agência Brasil, 21/10/2011) de que a Justiça brasileira estaria autorizando trabalho infantil. Seria a indecência das indecências... o poder que deveria garantir a proteção dos direitos, os fere, os viola. Uma injustiça patrocinada pela justiça. Me convenço, mais uma vez, a ordem injusta continua a fazer vítimas: crianças e os adolescentes, pobres.

O Ministério do Trabalho e Emprego teria publicado estudo no qual, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) o Judiciário de todo o Brasil teria concedido 33.173 autorizações de trabalho – uma média de 15 por dia – para crianças e adolescentes menores de 16 anos no período de 2005 a 2010, contrariando completamente o que prevê a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (que só autoriza o trabalho aprendiz a partir dos 14 até os 16 anos).

Do total de autorizações, 131 teriam sido para crianças de 10 anos, 350 para as de 11anos, 563 para as de 12 e 676 para as de 13 anos, sendo que a maioria teria sido para adolescentes de 14 e 15 anos. São Paulo seria o Estado com maior número de autorizações (11.295 no período), seria seguido por Minas Gerais, com 3.345. A maior parte das autorizações teria sido concedida com a justificativa de que as crianças e adolescentes, na maioria das vezes de famílias pobres, precisariam trabalhar para ajudar os pais a se manter.

Mais uma vez o velho argumento elitista e conservador: para os pobres, antes que nada, melhor o trabalho! Para os pobres a proteção integral, preconizada pela Constituição, é proteção pela metade, ou melhor, nenhuma proteção. Aos pobres o trabalho, mesmo injusto e indecente.

A indignidade manifesta nestas decisões atenta contra a mais elementar consciência de cidadania e de direitos humanos. Nenhum argumento, por mais conveniente que possa ser, se sustenta. É flagrante de ilegalidade e mais, de violação institucional dos direitos humanos de crianças e adolescentes.

Quero acreditar que o mais imediatamente este quadro seja revertido, que nunca mais decisões deste tipo sejam conhecidas e que verdadeiramente a justiça seja feita. Talvez mais do que nunca o Conselho Nacional de Justiça deva ser acionado, além dele, os órgãos internacionais de proteção dos direitos humanos de crianças e adolescentes. A independência dos juízes tem limite e o limite, além da consciência pública, é a própria Constituição.

Espero, sinceramente, que, além de fazer cessar tão indecente arbítrio, o próprio Poder Judiciário, acionado pelo Ministério Público e pelas próprias organizações da sociedade civil, encontre imediatamente caminhos para reparar o quanto possível as graves consequências geradas na vida de cada uma das crianças e adolescentes atingidas pela desproteção.

Paulo César Carbonari Doutorando em filosofia (Unisinos), professor de filosofia (IFIBE, Passo Fundo), militante de direitos humanos (MNDH).

18 outubro 2011

Ocupem Wall-Street



"O capitalismo quer nos fazer crer que suas características histórico-sociais (o individualismo, a competição de todos contra todos, a busca incessante pelo dinheiro, etc.) são, em realidade, características naturais do ser humano"

Uma série de distúrbios sociais ganhou vulto e tomou-se o centro dos debates políticos nos Estados Unidos. O movimento se auto-intitula “Ocupem Wall-Street” e, apesar de não possuir uma clara liderança política, congrega cada dia um numero maior de participantes que se aglomeram no centro financeiro americano para protestar. Parte da imprensa desqualifica os protestos como um “bando de malucos sem bandeiras”. Mas, há uma unidade na mensagem dos manifestantes: Chega de desigualdade! Seu lema principal é: “99 contra 1”, ou seja, os 99% da população americana que não são ricos contra o 1% dos ricos que em 2005 já abocanhavam 21% da renda nacional, e que não querem pagar impostos. Os 99% se cansaram de ver seu patrimônio dilapidado, sua renda diminuída, seus salários comprimidos e seus empregos desaparecerem.

O capitalismo quer nos fazer crer que suas características histórico-sociais (o individualismo, a competição de todos contra todos, a busca incessante pelo dinheiro, etc.) são, em realidade, características naturais do ser humano. Todos os sistemas que dominaram o mundo se julgavam naturais (e até sobrenaturais), como foi o caso das monarquias. Para perceber que não é verdade esta tal de natureza capitalista da humanidade, basta recordar que o próprio capitalismo já chegou a ser diferente do que é hoje, quando competia com o chamado mundo socialista liderado pela então União Soviética. Após a 2ª Guerra Mundial, o Estado de Bem-estar Social, o pleno emprego, o repasse de parte expressiva dos ganhos de produtividade aos salários, chegou a avançar na diminuição da desigualdade de renda entre as classes. Uma mentalidade coletiva das pessoas queria um Estado participativo e planejador, que compensasse a tendência irresistível do capitalismo a concentrar renda.

A partir dos anos de 1980, assistimos à evolução de um capitalismo cada vez mais desregulado, mais desigual, onde as finanças desempenham um papel central na valorização da riqueza e onde os salários são achatados com base na cruel competição entre as potencias produtivas capitalistas. Os americanos em particular vivenciaram o total desmonte de sua base produtiva, deslocando suas indústrias para a Ásia e América Latina, com a estagnação do seu emprego industrial. Os Estados Unidos passaram de uma nação formada por uma classe média dinâmica para uma nação onde predomina a concentração da renda e da riqueza, uma das nações desenvolvidas mais desiguais do mundo.

Contra o que protestam os que hoje ocupam Wall Street e o centro financeiro de outras capitais americanas? É exatamente contra o projeto neoliberal que transformou a sociedade americana nesta sociedade “socialmente doente” que observamos hoje.

Por * Elói Pietá e Guilherme Mello

10 outubro 2011

Versando Cristo lança Clipe



Versando Cristo, projeto composto por Marcos MC e L.R chega às ruas do Distrito Federal em grande estilo. Estrearam na cena apresentando ao público um clipe em qualidade HD, sob produção musical e audiovisual de WTy - MD Estúdio.

O Clipe foi gravado nas cidades de Céu Azul e Valparaíso, entorno de Brasília. E veio mostrar que nestas, consideradas pela imprensa nacional e agencias de pesquisa as mais violentas do país, porém o clipe ao contrário das páginas dos jornais repletas de criminalização e discriminação apresentam que através da música e ações da Igrejas essa realidade vem sendo transformada e que a juventude em sua maioria é composta por estudantes e trabalhadores.

O grupo levanta em suas canções e trabalhos tais questionamentos, apesar de oriundos do Cristianismo, os mesmos apontam e caminham por inúmeras estradas. Após o lançamento deste clipe bastante elogiado por religiosos e fãs de Rap, o grupo promete lançar Canção-Denúncia a cerca do péssimo serviço de transporte público ofertado no entorno.

O grupo formado por Marcos MC que em 2010 lançou o excelente 'Valores Atuai$' e L.R revelado pelo produtor WTy. Prometem ser uma das grandes revelações do cenário gospel do DF e Entorno.

Breve o Portal Cultura Hip Hop trará entrevista com os mesmos, onde conheceremos mais o trabalho do Versando Cristo. Salientamos que já há álbum sendo produzido.

Contato: (61) 8237-7656 e(61) 9221-6503
Acesse: http://palcomp3.com/impactoperiferico/#

27 setembro 2011

Sagrada Terra Especulada

Sagrada Terra Especulada(A luta contra o Setor Noroeste) Documentário - 70min from Muruá on Vimeo.


Após muita pressão o filme Sagrada Terra Especulada: A Luta Contra o Setor Noroeste, finalmente é aceito no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A comissão do juri do festival havia desclassificado o filme alegando que ele não tinha a minutagem exigida pela Ancine para ser enquadrado na modalidade Longa Metragem. Entretanto, no regulamento do festival, e nas orientações para inscrição dos filmes, não havia sequer menção a critério de minutagem para os filmes de Longa Metragem.

O filme do Coletivo de Mídia Independente do Distrito Federal foi inscrito com 68 minutos, e a organização do festival alegou que deveria ter no mínimo 70 minutos. Por meio de diversas trocas de email, ao longo dos meses de agosto e setembro, o CMI-DF buscou explicações mais plausíveis para a desclassificação do filme, mas o argumento da minutagem alegado pela organização do festival não se sustentava, já que, por exemplo, no ano passado um filme de 60 minutos foi aceito e inclusive premiado.

Dado o caráter de denúncia que o filme tem, apresentando diversas irregularidades no processo de aprovação das licenças do Setor Noroeste, e demonstrando as relações desse processo com o esquema de corrupção do Governo Arruda teoricamente desmontado pela operação Caixa de Pandora, estava nítido que a desclassificação do filme Sagrada Terra Especulada tinha um caráter político. Além disso, o principal patrocinador do festival é a TERRACAP, Empresa Imobiliária do GDF, que sob a direção de Antonio Gomes, licitou de forma totalmente irregular o terreno do Setor Noroeste, passando por cima de legislação nacional e internacional. Na sexta feira o Centro de Mídia Independente e o site TV Tática divulgaram áudio de entrevista com o senhor Sérgio Fidalgo responsável pelo Festival em 2010 e 2011, onde o mesmo não consegue explicar a desclassificação do filme pelo critério da minutagem, e após afirmar que esse critério sempre existiu, se surpeende com o fato de em 2010 um filme de 60 minutos ter sido classificado e premiado, demonstrando insegurança sobre a questão.

Na manhã do último sábado, o CMI-DF recebe a informação por parte da organização do festival, de que voltaram atrás na questão, e que o filme será exibido no festival na Mostra Brasília, no dia 28, próxima quarta-feira, às 15 horas, no Cine Brasília, eixinho W, 106/107, Asa Sul.

23 setembro 2011

Circula Cultura chega a Samambaia



Ocorre neste sábado mais uma edição do circuito Circula Cultura que celebra a diversidade, trazendo aos palcos Rap, MPB, Forró e Breaking.

Antes disto, os artistas e comunidade convida a todos e todas para debater sobre o extermínio da juventude negra, na Conferência livre de Juventude que ocorrerá na mesma data, a partir das 13hs no CEF 404 em Samambaia norte.

O Circula Cultura possui produção e realização da Imáginário Produções e a entrada é FRANCA.

Compareça!!!

IstoÉ manipulação



A revista IstoÉ publica na capa da edição desta semana um boné do MST bem velho e surrado, sob terras forradas de pedregulhos.

Decreta na capa “O fim do MST”, que teria perdido a base de trabalhadores rurais e apoio da sociedade.

Premissa errada, abordagem errada e conclusões erradas.

A mentira

A IstoÉ informa a seus leitores que há 3.579 famílias acampadas no Brasil, das quais somente 1.204 seriam do MST.

A revista mente ou equivoca-se fragorosamente. E a partir disso dá uma capa de revista.

Segundo a revista, o número de acampamentos do MST caiu nos últimos 10 anos. E teria chegado a apenas 1.204 famílias acampadas, em nove acampamentos em todo o país.

Temos atualmente mais de 60 mil famílias acampadas em 24 estados.

Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aponta que há 156 mil famílias acampadas no país, somando todos os movimentos que lutam pela democratização da terra.

A revista tentou dar um tom de credibilidade com as visitas a uma região do Rio Grande do Sul, onde nasceu o Movimento, e ao Pontal do Paranapanema, em São Paulo.

Se contassem apenas os acampados nessas duas regiões, chegariam a um número bem maior do que divulgou.

A reportagem poderia também ter ido à Bahia, por exemplo, onde há mais de 20 mil famílias acampadas que organizamos.

O repórter teve oportunidade de receber esses esclarecimentos e até a lista de acampamentos pelo país.

Mas não quis ou não fez questão, porque se negou a mandar as perguntas por e-mail para o nosso setor de comunicação.

Outra forma seria perguntar para o Incra ou pesquisar no cadastro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Tampouco isso a IstoÉ fez.

Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista.

Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare.

O desvio

A IstoÉ se notabilizou nos últimos tempos nos meios jornalísticos como uma revista venal. A revista é do tipo “pagou, levou”. Tanto é que tem o apelido de "QuantoÉ".

Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam por quilo, pelo “peso” da matéria.

A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária.

Não é de se impressionar uma vez que a revista abandonou qualquer compromisso com jornalismo sério com credibilidade, virando um “ativo” para especuladores.

Nelson Tanure e Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, banqueiro marcado por casos de corrupção, disputaram a compra da revista em 2007.

Com o que esses tipos têm compromisso? Com o dinheiro deles.

Reação do latifúndio: A matéria é uma reação à nossa jornada de lutas de agosto.

Foram mobilizados mais de 50 mil trabalhadores rurais, em 20 estados.

Um acampamento em Brasília, com 4 mil trabalhadores rurais, fez mobilizações durante uma semana e ocupou o Ministério da Fazenda para cobrar medidas para avançar a Reforma Agrária.

A jornada foi vitoriosa e demonstrou a representatividade social e a solidez das nossas reivindicações na luta pela Reforma Agrária.

O governo dobrou o orçamento para a desapropriação de terras para assentar 20 mil famílias até o final do ano, liberou o orçamento para cursos para trabalhadores Sem Terra, anunciou a criação de um programa de alfabetização e a criação de um programa de agroindústrias.

Interesses foram contrariados e se articularam para atacar o nosso Movimento e a Reforma Agrária. Para isso, usam a imprensa venal para alcançar seus objetivos.

Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos.

A luta vai continuar até a realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, no desenvolvimento do meio rural, na produção de alimentos para o povo brasileiro sem agrotóxicos por meio da agroecologia.

08 setembro 2011

Duelo de MCs: Resistir Sempre


Equipada de despreparo e autoritarismo, na companhia do Juizado da Infância e da Juventude e da TV Record, a Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) protagonizou cenas lamentáveis na noite da última sexta-feira durante o “Duelo de MCs”.

Sob o argumento de uma “operação policial que visava prevenir e coibir o consumo e o tráfico de drogas no local”, a instituição que responde pela segurança pública do estado, sem comunicar previamente o coletivo Família de Rua (FDR), chegou ao viaduto Santa Tereza por volta das 22h40 dando ordens para que o Duelo fosse interrompido e solicitando que o som fosse desligado imediatamente para que a “operação” acontecesse.

Questionado da situação e da postura assumida pela polícia naquele momento, o Tenente Albuquerque (comandante da ação) evitou o diálogo, dirigiu-se aos integrantes da FDR de forma bastante arrogante e ainda ameaçou usar a força caso não fosse atendido.

Ciente dos seus direitos e munida do alvará de funcionamento, a Família de Rua assumiu a responsabilidade e reiniciou o “Duelo de MCs”. Durante a atuação da PM centenas de pessoas foram revistadas e algumas detidas, incluindo menores de idade que portavam drogas e bebidas alcoólicas. Tudo foi registrado por profissionais da TV Record, que em nenhum momento demonstraram interesse em mostrar as manifestações artísticas que aconteciam no palco ao lado.

Ao final da noite, numa demonstração desnecessária de autoridade e poder, Albuquerque e sua equipe, após não deixarem que dezenas de pessoas saíssem dos arredores do viaduto por cerca de 40 minutos, submeteram os integrantes do coletivo Família de Rua a uma revista minuciosa. Mais uma vez, o abuso de autoridade e a falta de diálogo, presentes em frases como: “eu quero os quatro de pé na minha frente agora”, “eu estou mandando, de pé aqui embaixo agora”, marcaram os acontecimentos.

Contextualizando

No último dia 24 de agosto o “Duelo de MCs” completou quatro anos de atividades em Belo Horizonte. Como já é do conhecimento de muitos, desde o início, entendendo a necessidade de estabelecer parcerias que contribuam com o trabalho realizado debaixo do viaduto Santa Tereza, o coletivo Família de Rua propõe o diálogo com as diversas instituições envolvidas no processo, o que inclui, por exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte e a PM-MG.

De fato, o crescimento do público e da visibilidade do “Duelo de MCs” pressupõe uma atuação mais efetiva no que diz respeito a garantir a estrutura necessária para a realização do encontro e a segurança pública no espaço. Os diálogos avançaram e continuam avançando em algumas instâncias, mas permanecem inertes em outras.

Como já informamos em outras ocasiões, por diversas vezes procuramos a Polícia Militar buscando prevenir e resolver os problemas, sobretudo o uso e tráfico de drogas no “Duelo de MCs”. Reuniões foram realizadas, acordos estabelecidos, mas, de fato, nada foi cumprido. Sem apresentar nenhum estudo concreto acerca da situação, a polícia simplesmente não atua preventivamente no “Duelo de MCs” alegando falta de contingente.

Resistência

A atuação despreparada da PM, dos órgãos de proteção à criança e ao adolescente e da mídia sensacionalista na noite da última sexta-feira reforça ainda mais o posicionamento da FDR diante deste tipo de situação. Não vamos ficar de braços cruzados. Se até então lutamos e resistimos por acreditar nos ideais e princípios da cultura Hip Hop e na legitimidade da nossa atuação, o faremos com mais afinco.

O diálogo com o poder público, em suas diferentes instâncias, continua. E, querendo algumas pessoas e instituições, ou não, contando com a colaboração dos mais diferentes atores – público, grupos e coletivos culturais, artistas, instituições públicas etc. – trabalharemos para solucionar os problemas, superar os obstáculos e manter o “Duelo de MCs” acontecendo a todo vapor.

Vida longa à cultura de Rua!

Atenciosamente,

Família de Rua.

Acesse o blog do Duelo clicando AQUI

07 setembro 2011

Samambaia diz não ao lixão



Há algum tempo o Governo do Distrito Federal discute a implantação de um Aterro Sanitário em Samambaia. Várias ações já foram mobilizadas para mostrar ao GDF o grave crime ambiental que está prestes a ocorrer em decorrência da implantação desse projeto. Que dentre outros problemas, não teve a participação legítima da comunidade e esta sendo tocado sem o real esclarecimento das consequências do projeto para a população local.

Convidamos os moradores de Samambaia, que são os principais interessados no bem estar da cidade, para somar esforços na mobilização permanente de ações contra a implantação desse projeto. Mas isso, não anula a participação de toda a sociedade brasileira, porque o Rio Melchior faz parte da Bacia do Rio Descoberto (oeste) que deságua na Bacia do Paraná, responsável pelo fornecimento de cerca de 60% da água tratada consumida no Distrito Federal.

No último dia 20 de agosto de 2011, na Vila Olímpica Rei Pelé, houve uma reunião com algumas autoridades do GDF que vieram somente para nos convencer do projeto, sem dar oportunidade de fala para os representantes da comunidade. Para se ter uma idéia, a comunidade somente poderia se dirigir à mesa das autoridades por escrito. A mesa por sua vez escolhia as perguntas que poderiam ou não ser respondidas. Esse tipo de participação antidemocrática descaracteriza o discurso do atual governo e não atende às necessidades que um projeto de tal envergadura apresenta.

Somos contrários à implantação de um aterro sanitário do Distrito Federal inteiro em Samambaia sem uma discussão mais aprofundada, com participação legítima da população. Repudiamos uma proposta de aterro que não representa a implementação de uma política pública comprometida com o meio ambiente e com a sustentabilidade. Somos favoráveis à discussão e à implementação de uma política de meio ambiente que responsabilize cada uma das cidades por seus próprios resíduos sólidos.

É injusto e inadmissível fazer com Samambaia o que fizeram com a cidade Estrutural. O projeto em tese é interessante e, no papel, apresenta avanços no que diz respeito à destinação dos resíduos sólidos. No entanto, não há garantias sobre os encaminhamentos para que se execute o que está previsto.

Da forma como está sendo conduzido o processo, sem participação da sociedade civil organizada, sem discussão ampla e aberta com a comunidade atingida, não acreditamos que tais medidas reduzirão os impactos ambientais do projeto em questão. O Distrito Federal tem 28 cidades e somente uma, Brazlândia, tenta-se implantar a coleta seletiva do lixo.

Não sabemos dos reais interesses comerciais das empresas de lixo, pois somente o frete dos resíduos sólidos, por exemplo, de Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Lago Sul e Lago Norte será uma fortuna para os cofres públicos.
Por que não projetaram aterros sanitários nos extremos do DF?
Por que não dividir essa responsabilidade de cuidar do lixo com outras Regiões Administrativas?

Já temos a maior Estação de Tratamento de Esgotos da América Latina (ETE - MELCHIOR) implantada em nossa cidade. O odor produzido no local é extremamente desagradável. A população da Expansão de Samambaia e moradores de chácaras daquela região já convivem com o mau cheiro ocasionado pela queima das vísceras e restos de frangos, e, com o intenso trânsito de caminhões da Sadia. Além disso, teríamos que suportar a convivência com todo o lixo do Distrito Federal? Voltamos a dizer: crie-se uma política que distribua as responsabilidades entre as Regiões Administrativas.

Nesse sentido, algumas questões continuam sem respostas:
- Por que o projeto foi aprovado numa Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE JK)?

- Por que a maior parte da população desconhece o projeto e os seus impactos ambientais?

- O que será feito para a preservação das nascentes próximas ao terreno do Aterro?

- Como ficará a situação das quadras residenciais e da Escola Pública que ficam próximas ao local onde se pleiteia a implantação do aterro?

A população de Samambaia é formada por trabalhadores(as) que conquistaram a sua moradia com muita luta. Queremos dignidade, queremos ser tratados com respeito. NÃO ACEITAMOS O ATERRO SANITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL EM SAMAMBAIA.

Participe das reuniões todas as terças-feiras, às 19h30, na Paróquia São José Operário na QN 421. Assine e contribua no mutirão do abaixo-assinado a ser entregue ao Governador Agnelo Queiroz. Envie e-mails para as autoridades do GDF, da Câmara Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado. A comunidade é convidada a exercer sua cidadania em defesa de Samambaia.

MOVIMENTO EM DEFESA DE SAMAMBAIA

Aborígine no programa Alternativo



Entrevista cedida ao Programa Alternativo durante a semana de Educação para a vida, que ocorreu nas escolas públicas do Distrito Federal em 2011.

A mesma faz parte de uma série sobre o Hip Hop Cangando onde há entrevista com os grupos Arsenal do Gueto e Diga How.

Na mesma o MC relata sobre suas inspirações e influências no início de carreira, além do sentimento que os move cotidianamente.

Assista, divulgue, comente! Não é show é militância.

31 agosto 2011

Um grito mudo



A foto do jornal me causou horror. A criança somali lembrava um ET desnutrido. O corpo, ossinhos estufados sob a pele escura. A cabeça, enorme, desproporcional ao tronco minguado, se assemelhava ao globo terrestre. A boca –ah, a boca!– escancarada de fome emitia um grito mudo, amargura de quem não mereceu a vida como dom. Mereceu-a como dor.

Ao lado da foto, manchetes sobre a crise financeira do cassino global. Em dez dias, as bolsas de valores perderam US$ 4 trilhões. Estarrecedor! E nem um centavo para aplacar a fome da criança somali? Nem uma mísera gota de alívio para tamanho sofrimento?

Tive vergonha. Vergonha da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reza que todos nascemos iguais, sem propor que vivamos com menos desigualdades. Vergonha de não haver uma Declaração Universal dos Deveres Humanos. Vergonha das solenes palavras de nossas Constituições e discursos políticos e humanitários. Vergonha de tantas mentiras que permeiam nossas democracias governadas pela ditadura do dinheiro.

US$ 4 trilhões derretidos na roleta da especulação! O PIB atual do Brasil ultrapassa US$ 2,1 trilhões. Dois Brasil sugados pelos desacertos dos devotos do lucro e indiferentes à criança somali.

Neste mundo injusto, uma elite privilegiada dispõe de tanto dinheiro que se dá ao luxo de aplicar o supérfluo na gangorra financeira à espera de que o movimento seja sempre ascendente. Sonha em ver sua fortuna multiplicada numa proporção que nem Jesus foi capaz de fazê-lo com os pães e os peixes. Basta dizer que o PIB mundial é, hoje, de US$ 62 trilhões. E no cassino global se negociam papéis que somam US$ 600 trilhões!

Ora, a realidade fala mais alto que os sonhos e a necessidade que o supérfluo. Toda a fortuna investida na especulação explica a dor da criança somali. Arrancaram-lhe o pão da boca na esperança de que a alquimia da ciranda financeira o transformasse em ouro.

À criança faltou o mais básicos de todos os direitos: o pão nosso de cada dia. Aos donos do dinheiro, que viram suas ações despencarem na bolsa, nenhum prejuízo. Apenas certo desapontamento. Nenhum deles se vê obrigado a abrir mão de seus luxos.

Sabemos todos que a conta da recessão, de novo, será paga pelos pobres. São eles os condenados a sofrerem com a falta de postos de trabalho, de crédito, de serviços públicos de qualidade. Eles padecerão o desemprego, os cortes nos investimentos do governo, as medidas cirúrgicas propostas pelo FMI, o recuo das ajudas humanitárias.

A miséria nutre a inércia dos miseráveis. Antevejo, porém, o inconformismo da classe média que, nos EUA e na União Europeia, acalentava o sonho de enriquecer. A periferia de Londres entra em ebulição, as praças da Espanha e da Itália são ocupadas por protestos. Tantas poupanças a se volatilizarem como fumaça nas chaminés do cassino global!

Temo que a onda de protestos dê sinal verde ao neofascismo. Em nome da recuperação do sistema financeiro (dirão: “retomada do crescimento”), nossas democracias apelarão às forças políticas que prometem mais ouro aos ricos e sonhos, meros sonhos, aos pobres.

Nos EUA, a derrota de Obama na eleição de 2012 revigorará o preconceito aos negros e o fundamentalismo do “tea party” incrementará o belicismo, a guerra como fator de recuperação econômica. A direita racista e xenófoba assumirá os governos da União Europeia, disposta a conter a insatisfação e os protestos.

Enquanto isso, a criança somali terá sua dor sanada pela morte precoce. E a Somália se multiplicará pelas periferias das grandes metrópoles e dos países periféricos afetados em suas frágeis economias.

Ora, deixemos o pessimismo para dias melhores! É hora de reacender e organizar a esperança, construir outros mundos possíveis, substituir a globocolonização pela globalização da solidariedade. Sobretudo, transformar a indignação em ação efetiva por um mundo ecologicamente sustentável, politicamente democrático e economicamente justo.

Frei Betto

27 agosto 2011

Reconhecimento para a Palestina


No último dia 23 de agosto o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir o apelo da Palestina para se tornar o 194º país do mundo. No entanto, governantes de países de destaque ainda estão em cima do muro. Somente um esforço gigantesco da opinião pública pode mudar a situação.

A Avaaz fez um pequeno, mas emocionante vídeo mostrando que essa proposta legítima é de fato a melhor oportunidade para acabar com o beco sem saída das infinitas negociações mal-sucedidas e abrir um novo caminho para a paz.

Enquanto a violência se espalha novamente e as tensões sobem no Oriente Médio, uma nova proposta de independência da Palestina ganha fôlego em todo o planeta. Se conseguirmos a aprovação dessa proposta na ONU, ela poderá significar um novo caminho para a paz.

Porém, os chefes de governo de países de destaque ainda estão em cima do muro e para convencê-los a apoiar a independência da Palestina precisamos reforçar a pressão da opinião pública. Muita gente acha que não entende a situação suficientemente bem para se mobilizar. Para ajudar, a Avaaz fez um novo vídeo de curta duração contando a verdade sobre o conflito. Se uma quantidade suficiente de pessoas assistir ao vídeo, assinar a petição e a encaminhar a todos os seus contatos, nossas lideranças serão forçadas a nos ouvir.

Quase 10 milhões de membros da Avaaz estão recebendo este e-mail. Vamos mudar o teor da conversa sobre o Oriente Médio e criar um maremoto de apoio à independência da Palestina. Assine a petição e, em seguida, encaminhe esta mensagem a todos os seus contatos!

Assine a petição clicando AQUI

21 agosto 2011

Lançamento: O veneno está na mesa


O filme trata dos riscos do emprego de agrotóxicos na agricultura e como este modelo beneficia as grandes transnacionais do veneno em detrimento da saúde da população

"O mundo está sendo completamente intoxicado por uma indústria absolutamente desnecessária e gananciosa, cujo único objetivo realmente é ganhar dinheiro. Não tem nenhum sentido para a humanidade que justifique isso que está se fazendo com os seres humanos e a própria terra. A partir daí resolvi trabalhar essa questão. É um filme que vai ter desdobramentos, porque eu agora quero trabalhar essas questões", afirma Tendler.

Depois da exibição gratuita do filme (com duração de 50 minutos), haverá debate com a participação do cineasta.

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos
O Comitê do Distrito Federal da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos foi lançado em abril deste ano, por um conjunto de mais de 30 organizações que envolvem movimentos sociais (do campo e da cidade), sindicatos, pastorais, organizações ambientalistas e ligadas a área da saúde, entre outras.

Organizada nacionalmente, a Campanha tem como objetivo denunciar e alertar a sociedade para aos prejuízos causados pelo uso de agrotóxicos e aos mesmo tempo construir iniciativas que possam inclusive do ponto de vista jurídico, construir barreiras ao seu uso.

A Campanha também pretende anunciar para a sociedade as diversas iniciativas já existentes no campo da produção de alimentos saudáveis, proporcionando condições para que a sociedade possa se colocar contra o atual modelo agrícola, que por sua vez não se preocupa com a saúde das pessoas e muito menos com o meio ambiente

Sinopse
O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.

O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consomem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos. A ideia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.

Lançamento do Documentário
Data: Dia 22/8, às 19h
Local: Museu da República em Brasília

ENTRADA FRANCA

Assista o Documentário clicando AQUI

19 agosto 2011

Via Campesima monta acampamento em Brasília



Camponeses e Camponesas reivindicam reforma agrária como política pública prioritária, além da recomposição do orçamento para obtenção de terras e renegociação das dívidas dos pequenos agricultores e agricultoras e assentados e assentadas

Brasília recebe quatro mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de 23 estados e do Distrito Federal dos movimentos da Via Campesina em um grande Acampamento por Reforma Agrária, a partir desta segunda-feira (22/08), nos arredores do Ginásio Nilson Nelson.

A mobilização integra a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária que acontece em todo o Brasil a partir do dia 22 de agosto. Além do acampamento, atos políticos e culturais devem acontecer em Brasília e nos Estados onde os movimentos da Via Campesina estão organizados.

Três temas centrais, todos relacionados com a implementação da Reforma Agrária, serão discutidos com as mobilizações: o primeiro é o assentamento das mais de 60 mil famílias acampadas, algumas há mais de cinco anos, através da desapropriação dos grandes latifúndios improdutivos, muitos em mãos do capital estrangeiro.

“Acreditamos que a Reforma Agrária seja um dos principais meios de desenvolver nosso país, distribuindo renda e riqueza, pois democratiza a terra, gera empregos diretos, moradia e produção de alimentos, superando a miséria no interior do país e o inchaço dos grandes centros urbanos” disse José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST.

A Jornada também exige que o orçamento destinado à obtenção de terras seja recomposto. Os R$ 530 milhões destinados para o Incra promover a desapropriação de terras já foram totalmente executados. Para 2012, o cenário é de redução: estão previstos apenas R$ 465 milhões, um corte de R$ 65 milhões, segundo dados do Incra.

Enquanto isso, a concentração fundiária é comparável aos índices da época da Ditadura Militar. O Índice de Gini, em 1967, era de 0,836 (quanto mais perto de 1,0, mais concentrado é o modelo). Os dados do último Censo Agrário do IBGE (2006) dizem que o índice aumentou para 0,854. “Especialistas ainda afirmam que o Brasil possui cerca de 4 milhões de famílias de trabalhadores sem terra que são potenciais beneficiárias de políticas de reforma agrária. Os latifúndios, com mais de mil hectares, somam menos de 1% das propriedades e controlam 44,42% das terras”, completa Oliveira.

A renegociação das dívidas dos pequenos agricultores e agricultoras também é pauta de reivindicação. Em todo o Brasil, o valor em dívidas vencidas chega a R$ 30 bilhões, de acordo com o Ministério da Fazenda. A situação é preocupante, pois a agricultura familiar é responsável pelo abastecimento interno de alimentos - responde por 70% do alimento da mesa do brasileiro. “O valor comprova que o Programa Nacional da Agricultura Familiar (PRONAF) é uma política inadequada e insuficiente para atender a realidade da agricultura camponesa, familiar, sobretudo os assentados da Reforma Agrária. Refletem os preços baixos pagos aos pequenos produtores e a falta de políticas públicas de comercialização”, explica Oliveira.

A Via Campesina é uma articulação internacional de movimentos sociais camponeses. No Brasil, é integrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pescadores e Pescadoras, Quilombolas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), além do Sindicato dos Trabalhadores da EMBRAPA (Sinpaf), da Federação dos Estudantes de Agronomia e da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal.

Informações:
Luiz Albuquerque: (11) 96903614
Mayrá Lima: (61) 96846534

18 agosto 2011

Rap Hour com Aborígine e Rafael Pereira



Acontece nesta quinta feira, dia 18 de agosto, mais uma edição da Festa Rap Hour que já trouxe aos palcos do DF grandes nomes como Don Pixote, Projota, dentre outros, além de grandes talentos candangos como BraVoz, Viela 17 e 3umSó.

Nesta edição sobem aos palcos o projeto Aborígine, Rafael Pereira, Jota MC, além dos DJs Liso, Brother e Kinho.

O evento acontecerá no America Rock Club, localizado no Pistão Sul de Taguatinga em frente ao Carrefour. Inicia-se as 21hs00min.

Compareça e prestigie a força e talento candango! RAPresente e fortaleça o movimento local.

O que? Rap Hour com Aborígine e Rafael Pereira
Quando? Quinta Feira as 21hs
Onde? América Rock Club - Taguatinga
Quanto? R$ 5,00

15 agosto 2011

Animação Pretérito Imperfeito



Aborígine: Juventude, Cultura e Cidadania foi uma das ações premiadas pelo Prêmio Preto Ghoez. Trata-se da ministração de oficinas e palestras sobre drogadição, realidade social e transformação, Hip Hop - origem política e ativismo, dentre outros temas.

Ministradas em aproximadamente 70 escolas e entidades sociais por todo DF e entorno, lançará este mês a animação Pretérito Perfeito, produzida por Fábio Torres, cujo objetivo é formar e informar a infâcia sobre os malefícios do álcool e drogadição.

A música em questão aborda em primeira e terceira pessoa situação envolvendo drogadição a partir do uso de álcool. Apresenta estatísticas a cerca de seus malefícios, comportamentos gerados a partir de seu consumo, além de levantar debate a cerca dos estereótipos juvenis utilizados nas campanhas publicitárias do álcool.

A animação será distribuida gratuitamente a escolas e entidades sociais do Distrito Federal. O conteúdo da mesma será composto por Clipe e um curta intitulado Viúvo.

Maiores informações e contato: contatoaborigine@gmail.com

11 agosto 2011

2º Festival das Juventudes



O 2° Festival Latino Americano das Juventudes em Fortaleza tem como tema “O canto de um novo mundo”. Nossa cidade convida os movimentos de juventudes e os jovens da cidade, do nosso estado, do Brasil e da América Latina a estar juntos nesse lugar organizado para os nossos encontros.

A ideia é que o Festival seja organizado de forma descentralizada e tenha como parte integrante de sua organização os comitês locais de mobilização.

O Festival é um espaço preparado para receber também encontros políticos e culturais propostos pelas organizações e movimentos. De 8 a 11 de outubro, Fortaleza será o nosso canto, o nosso lugar. As inscrições serão individuais e de atividades autogestionadas e poderão ser feitas entre julho e agosto. Fique ligado nas notícias sobre o 2° Festival e agende-se.

Maiores informações e inscrição: http://www.fortaleza.ce.gov.br/festivaldasjuventudes/

09 agosto 2011

Circula Cultura


Será lançado no próximo dia 19, o Circuito Circula Cultura que levará a cidades do Distrito Federal celebração entre Hip Hop e cultura popular.

Percorrendo Brasília, São Sebastião, Samambaia e Ceilândia, haverão além de apresentações artisticas, oficinas de formação e debate.

Com realização da Imaginário Produções e apoio da Secretaria de Cultura o público poderá conferir shows e intervenções de artistas do Rap Candango que veem ocupando e agregando valor aos espaços e à cena.

Aborígine, Arsenal do Gueto, Ataque Beliz, Caco de Cuia (forró), Diga How, Máximo Mansur e RAPadura prometem encantar e politizar o público com belissimas apresentações.

Fique atento e atenta, pois o evento também chegará a sua quebrada!

O que? Lançamento Circuito Circula Cultura
<strong>Onde? Espaço Cultural Renato Russo - 508 Sul
Quando? Dia 19 de agosto, as 16hs.

Tudo isto com ENTRADA FRANCA.


31 julho 2011

O Silêncio da violência



"Nós crescemos achando divertido
A violência entre o Chaves e Kiko...

As agressões que sofrem os professores também tem origem histórica
Lembra-se das palmatórias?

Nossos pais foram educados na violência
Nos educaram na violência
E agora só pedem paciência

Famíia não existe
Estado se omite
Polícia reprime
O jornal imprime
Mídia faz novela, desenho e filme...
E a toda violência na TV meu filho também assiste!

Onde isso irá chegar?
No cranio quebrado após o soco da menina super poderosa
Violência colorida infantizada em tom de rosa

Nega-se atenção!
Meu filho agora não, estou no computador
Ao filho resta a violenta tela de um televisor

Que neste momento traz o BOPE
Faca na caveira
O violento policial é herói de uma geração inteira

Tá reclamando menino?
Não há diálogo, só castigo
Professor, pai, mãe dizem: Ajoelha no milho

E o estado faz por onde
Desvia
Esconde
Sonega
Criminaliza, mas não cumpre o ECA

Que pra muitos é o responsável
pelo "menor" assassino e que "trampa" no tráfico
Mas cadê o estado que nunca ofereceu escola e flores no parque
Que nunca tratou a infância como prioridade?

Por que do silêncio?
Talvez porque voce também é violento

São antonimos: Violencia e silencio
A violencia fisica é fruto de outra violencia, do pensamento

Ou seja

Da negação ao conhecimento
Das potencialidades não trabalhadas
Da infância sem alimento
Da falta de água

Da água que invade o barraco
Da mulher que não estuda
Não assinou um cabeçário
Tem o polegar como assinatura

A violência midiática
é só pra silenciar esta verdade a muito escondida...
E voce... Se silencia?

Breve: Coletânea Escrita - Aborígine Incita

26 julho 2011

Não por Amy...



Eu lamento... a perda recente que obteve a 'arte'
Com a morte da artista Amy Winehouse
E a sociedade aproveita o momento e desvia olhares
Para as crianças BRASILEIRAS consumidas pelo crack

Bem é verdade que ela tinha luxo, prêmios da acadêmia
Desfrutava de paparazzos que lhe acompanhava às clínicas
Já em Brasília, não há clinica de recuperação
E os cacetetes transformados em medicação

Lágrimas vituais, aliás uma militancia virtual
Praticadas pelas geração perfil social
Que se aproxima das teclas e se afastam realidade
Choram com as crianças drogadas do Profissão Repórter, mas não pela cidade

Diferente da Amy Winehouse, não têm uma bela voz
Aliás, nunca ouvidas, pois sempre estão a sós
Diferente dos universitários com camera e microfone na mão
Vivem com dedos queimados e cabelos ao chão!

Chore agora...

18 julho 2011

Companheiro Gildo, PRESENTE


Em 2000, o então governador Joaquim Roriz, tinha dado ordem de reprimir
violentamente a greve dos trabalhadores da limpeza urbana, a SLU, se ela
viesse a acontecer. Gildo Rocha, um dos líderes da greve, saiu de casa de
madrugada no dia 6 de outubro para uma atividade da greve, votada em
assembléia: furar sacos de lixo, para impedir o trabalho dos fura-greves.
Policiais a paisana o abordaram e, na perseguição, foram disparados 17 tiros
contra seu carro, e um deles o atingiu nas costas.

Para esconder o covarde crime, os policiais afirmaram que Gildo estava em
atividade suspeita, e que ele foi o primeiro a disparar. Colocaram arma e
drogas em seu carro.

A perícia desmentiu tudo, provou que Gildo não tinha consumido drogas, que
não tinha feito nenhum disparo.

Depois de 10 anos, chegou-se a afirmar que o próprio Gildo teria
responsabilidade em sua morte, por ter tentado fugir. "Eles chegaram de
madrugada, sem uniforme e carro oficial e de arma na mão. Quem não tentaria
correr?", pergunta Gleicimar de Sousa Rocha, viúva de Gildo.

O processo cível aberto para responsabilizar o Governo do Distrito Federal
pelo assassinato, e exigindo pensão para a família da vítima, também não deu
em nada. A família do Gildo e o PSTU entraram com recurso e o julgamento
será nesta terça, dia 8 de junho, no Fórum de Ceilândia.

Chega de repressão e criminalização dos movimentos sociais.
Exigimos justiça pela vida de nosso caro companheiro!

Companheiro Gildo, PRESENTE!

15 julho 2011

Luta da Rede Ativista de Hip Hop - Venezuela


No último dia 5 de julho, o movimento Hip Hop organizado da Venezuela através dos Coletivo Hip Hop Ativista - HHR e da Escola de Artes e Tradições Populares Urbanas - EPATU, ocuparam edifício que há mais de 12 anos estava abandonado.

Logo se iniciou a limpeza do espaço e demais articulações, para que o mesmo servisse a comunidade. A proposta da ocupação é desenvolver projetos de cultura urbana. Logo após ocupação se iniciaram as negociações com as autoridades apresentando o projeto de Escola Popular.

Inúmeras foram as conversas, até que deliberou-se realizar Assembléia junto a comunidade para que a mesma decidisse a cerca do futuro deste espaço que em mais de uma década só serviu ao vandalismo e ociosidade. O Coletivo que realizou uma ocupação pacífica, demonstrou-se a acatar a vontade\poder popular, caso o mesmo seja contrario a construção da EPATU.

Como sempre a direita, burguesia e enfim seu maldito capitalismo, após negociar com o Coletivo passaram a difamar um movimento legítimo, espalhando notícias que os mesmo haviam 'invadido' o edíficio com armas. Expondo tais situações em todos os veículos de comunicação possíveis.

No dia seguinte a polícia - que sempra age em defesa do patrimonio e não do povo - foi acionada para acabar com a ocupação, sendo que não encontraram nenhuma resitência por parte do Coletivo, mas mesmo assim praticaram agressões físicas. A mesma chegou ao local 3 horas antes da Assembléia Popular que discutiria os rumos do espaço.

Os ativistas ocuparam legitimamente o edifício por mais de 40 horas até a chegada da polícia, plantaram ali a semente em prol do projeto da EPATU. Entre os ativistas estava o grupo Area 23, que já tocou no Brasil...

Enquanto Hip Hop Brasileiro devemos nos organizar e apoderar-se do conhecimento e essência de nossa cultura, para agregarmos valor as lutas citadas acima. Nossas crianças continuam sem escolas com qualidade enquanto políticos desfrutam de inúmeros previlégios.

Burgueses continuam a alimentar-se de escargôs e caviar, enquanto resta a nós, o guardanapo que a burga limpou os lábio catar. É necessário assumirmos posicionamento e não deixar-se levar pelo espirito e cultura do consumo.

Qualquer semelhança entre as ações da HHR com a luta do Movimentos dos Sem Teto, Sem Terra é mera coincidência. A LUTA É DE CLASSE!

04 julho 2011

BraVoz lança novo SINGLE


Deus me livre. Este é o título da mais nova canção lançada pelo BraVoz, grupo do P.Norte - periferia do Distrito Federal.

O Grupo seja nas levadas, letras e perfomance em palco apresentam extremo dinamismo e agilidade, apresentando a todos e todas força e talento.

O SINGLE é interpretado por Bizú integrande da banda e produzida pelo já consagrado RAPadura.

"Deus Me Livre vem com o uso de um dito popular brasileiro, salientaa a importância do termo e evidencia que temos que ser tementes a Deus para nos livras de tantas coisas negativas que nos rodeiam, explicam os MCs.

Para baixar clique AQUI

Saiba mais sobre o grupo: www.myspace.com/bravozrap

29 junho 2011

Calamidade Pública apresenta Teaser


O grupo de Rap Calamidade Pública, formado há mais de 13 anos em Sobradinho II, Distrito Federal, apresenta o teaser do seu novo vídeoclipe.

A música cujo nome “Uma Solução para viver”, foi produzida pelo DJ Raffa e conta com a participação da Aninha do Atitude Feminina no vocal.

O vídeo está sendo produzido pelo coletivo Nakaradura Produções e mostra uma mensagem de reflexão, inspirada nas histórias reais de famílias que tiveram suas vidas marcadas, pela violência das guerras entre jovens. O trabalho tem a participação de atores da própria comunidade.

26 junho 2011

Rap Hour com Don Pixote


O evento Rap Hour promovido pela Abuhsca Produções chega com sucesso a mais uma edição. Trazendo para o palco do América Rock Club o Rapper paulistano Don Pixote, que fez sucesso com o grupo U-Time além das parcerias com HeliãoRZO e Edy Rock dos Racionais MCs.

Alem de Don Pixote subirão no palco: Japão - Viela 17, Abuh (DF) e DJ Pathy de Jesus (SP). Além do bom som Rap, irá rolar muito ragga e dancehall com DJs locais.

O que? Rap Hour com Don Pixote
Onde? America Rock Club - Pistão Sul em Taguatinga
Quando? Dia 29 de junho as 21hs00min

Conheça a produtora acessando: http://abuhscaprod.blogspot.com/

Atitude Feminina lança 'Direitos Abstratos'


Apresentada aos fãs pela primeira vez na gravação do DVD, a canção com participação de Provérbio X, um dos maiores e mais respeitados grupo gospel da país deixou a todos com enorme expectativa. Logo correspondida pelo lançamento oficial da canção.

Direitos abstratos é o nome do som que segundo as artistas é fruto de um grande sonho, gravar com Provérbio X. A produção fica por conta do maior produtor de Rap no país, DJ Raffa, com riscos por DJ Régis e vocais de Isaías Jr., Hellen e Aninha.

DJ Raffa relata que levou muito tempo até ter a inspiração certa para fazer o arranjo da base e o “beat” certo para que os dois grupos se inspirassem e compusessem as suas rimas. Nasceu assim “Direitos abstratos”. Um hino aos “Direitos Humanos”.

A música foi lançada no último dia 25 repercutindo positivamente em todo país. A aceitação foi enorme. A música traz a cara do novo CD do grupo que promete agitar todo o país. Este álbum contará com grandes participações, além do Provérbio X Renan do Inquérito já assinou uma faixa do disco.

Fico ligado!

Para baixar acesse: http://www.atitudefeminina.com.br/discografia/musicas/

Acesse o site do grupo: http://www.atitudefeminina.com.br/

24 junho 2011

O Camburão e a Sala de aula



O Governo anuncia
Compra de 300 viaturas
Construção de mais 04 presídios

Enquanto isso:
Escolas vazias.

Vazias de que
E não de quem
Pois as crianças nem merenda tem

Nem livro
Nem cadeira
Nem professor

Educadas para quando forem abordadas
Chamarem o polícia de Doutor!

Aliás... Vivemos num tempo moderno
Viatura tem ar condicionado
Um só clima no verão e no inverno

Mas a sala de aula
Cumpre outra função: de sauna
Graças as paredes de zinco

Governo anuncia
Que hoje as viaturas tem internet banda larga
Enquanto as crianças não tem computador na sala

Mas será que só existem diferenças?
E a proximidade?
As escolas não possuem algemas
Mas também são cercadas por grades

Quem está dentro do camburão tem toda
facilidade
Ticket, bom salário
Se não está de carro, nem no ônibus paga passagem

Enquanto isso professor faz...
Greve, Greve, Greve
Quem educou o policial menos que o policial recebe

E eu?
Ei de viver o bastante pra ver um Brasil com justiça
Onde um professor receba mais que um polícia

Coletânea Escrita - Aborígine Incita
Breve

13 junho 2011

Semana de educação para a vida


O Centro de Ensino Fundamental 602 do Recanto das Emas é um dos destaques do Programa Alternativo deste sábado (04). Com a preocupação de acabar com o preconceito e o racismo no ambiente escolar, o CEF 602 realiza o Projeto de Relações Étnico Raciais com o objetivo de abordar alguns temas com os alunos.

Neste sábado o Centro mostrará o dia temático ocorrido em 13 de maio e que reflete sobre a falsa abolição. "Queremos com isto tornar o ambiente escolar mais democrático e menos conflituoso, porque sabemos que o racismo e o preconceito existem nas escolas e precisamos oferecer maneiras de acabar com isto de forma didática e inteligente", comenta o coordenador pedagógico Francisco Celso Freitas.

O Programa, apresentado pelo SBT, vai ao ar sempre aos sábados, às 13h15, e mostra entrevistas e matérias referentes à realidade da educação no Distrito Federal.

Um dos objetivos é oferecer a oportunidade para que escolas e professores participem da discussão e enviem sugestões para os próximos programas.

SINPRO: faleconoscoimprensa@sinprodf.org.br.

10 junho 2011

Rappers debatem sobre crack este sábado


No dia 11 de junho, o auditório do Museu da República será palco do debate “Crack, violência e ressocialização por meio da cultura hip hop”. Representantes do governo, entidades do terceiro setor, parlamentares e músicos – rappers de renome nacional – participarão do evento

Atualmente, cerca de 600 mil pessoas são dependentes de crack, somente no Brasil. Cinco vezes mais potente que a cocaína – mais barato e acessível que as demais drogas – o crack tem sido cada vez mais consumido, entre pessoas de diferentes classes sociais. O crescimento assustador no consumo da droga será será abordado na capital federal. No dia 11 de junho, o Museu da República será cenário do debate “Crack, violência e ressocialização por meio da cultura hip hop”.

O evento tem início às 15h30, no auditório do local. Participam da discussão: Dexter, Mano Brown, GOG, deputado Protógenes, deputada Erika Kokay, a Sociedade Organizada contra o Crack e representantes do Governo do Distrito Federal. Sabrina Horário Faria, do Coletivo Pretas Candangas, será a mediadora do evento.

O evento tem apoio do Governo do Distrito Federal, em especial da Secretaria de Estado de Cultura e da Secretaria de Estado de Juventude do DF, e é uma ação organizada coletivamente com entidades e produtoras da cidade ligadas à cultura hip hop.

Serviço: Debate “Crack, violência e ressocialização por meio da cultura hip hop”

Convidados: Dexter, Mano Brown, GOG, Deputado Protógenes, Sociedade Organizada contra o Crack e representantes do Governo do Distrito Federal.

Mediação: Sabrina Horário Faria, (Coletivo Pretas Candangas)
Data: 11 de junho, às 15h30
Local: Auditório do Museu Nacional do Conjunto Cultural da República

ENTRADA FRANCA

Informações: Ionara Silva (9815-2087) e Marina Figueiredo (3366-1440/7815-7483)

05 junho 2011

Ocupação da Associação Viver


A Associação Viver foi fundada na década de 90 pela Primeira Igreja Presbiteriana do Cruzeiro. Com o passar dos anos o projeto se tornou cada vez mais gerido e administrado pela comunidade.

Os recursos viam da SEDEST por meio de um convênio e a terra era licenciada à associação pela prestação de serviços. Dois meses atrás o então presidente, que era da Estrutural, foi demitido pela igreja e substituído por um membro da Igreja. Os funcionários se reuniram para discutir o acontecimento, e a reação do novo presidente foi demitir todas as quatro membros da coordenação.

Em protesto a essas ações autoritárias a comunidade, junto com ex-funcionários, e estudantes da UnB ocuparam a Viver e continuaram o atendimento, sem recursos ou apoio formais de qualquer instituição estatal. Ficou claro durante o processo que a Igreja desejava mudar o propósito da Viver de um rumo puramente social/comunitário para um rumo evangelizador e hierárquico (ver as cartas no blog). Esperamos o apoio de todos que nessa luta.


Aqueles que tiverem interesse em participar ou doar alimentos etc, por favor ligar nestes números: 8119 4250 (Gabriel) ou 8461-0080 (Fernanda) ou 8185-9159 (Mãozinha). Podemos buscar doações e pessoas, dado algumas horas de antecedência.

Mais informação (com fotos, vídeos, e uma carta da Igreja) no site www.ocupacaodaviver.blogspot.com

O baile das múmias



Em frente ao baile as múmias caminham
Mas não enxergam o caminho, caminham sozinhos – labirinto
Pois pro capital o genocídio é negócio
Cegueira social interrompida pelo coma alcoólico

Então feche os olhos, imagina comigo meu
Você vomitando um órgão teu
Quantas vezes pediu por Deus, orou em preces
Ao ver seu filho com quarenta graus de febre?

E de madrugada, não tem farmácia aberta
Mas a distribuidora de bebida, você sabe, não fecha
É como morfina pra não sentir dor ao morrer
É o sistema 24hs pensando em você

Agora abra os olhos e tenha a visão
Da adolescente a frente com o cartão fácil na mão
O saldo contido custou o suor de um mês inteiro
Anulou o trabalho do pai em um cheiro...

Usou a nota pra fazer carreira, terá uma carreira sem nota
Do vermelho do boletim ao vermelho do sangue na cova
Né história, radicalismo
É que pela droga perdi vários amigos

Se divertiram? Depois capotaram num precipício
O álcool que escorre no metal amassado não é combustível
Entende? Nova notícia o outro morreu aos 29
Motivo: overdose

Grave! Grave! É grave...
Grave! Grave! É grave...


Em frente o baile as múmias caminham
Ao invés de trapos carregam copos de vinho - labirinto
Andam em círculos externizam sequelas
De quem não saiu da tumba, mas chegará a ela

A cada copo, a cada dose, a cada trago
Lá está a múmia no meio fio sentado
A porta nem se abriu, já há vomito pelo corpo
A múmia ergue-se perguntando se alguém tem fogo

Soma incomum: Uniforme escolar mais garrafas
Multiplica-se o desgosto, mais séries reprovadas
A notícia é grave, do adolescente que curte o grave
Consumindo rupinol a múmia vaga pelo baile

A cada esbarro gera confusão, aflição
Coreografia sem direção, entorpecida não entende a canção
Será que o trabalho e atoa?
Se o microfone e vinis não transformam pessoas

E a garoa cai junto a múmia que cai
Sentindo o gosto do asfalto lembra da mãe dizendo: Filho já vai?
Que Deus lhe proteja
Ela acordada lendo a bíblia preocupada ele nas caixa com breja

Corpo trêmulo, visão embaçada
As calçadas anunciam de forma precoce a cirrose hepática
Entende? Nos enterramos através de doses
E na saída do baile lentamente a múmia morre

Grave! Grave! É grave...
Grave! Grave! É grave...


Conteúdo do livro: "Coletânea Escrita - Aborígine Incita" BREVE

04 junho 2011

Diversidade e não diferenças no Rap


É hora sim de nos vermos na diversidade e não em diferenças...

No Brasil e em todo mundo também há o femicídio que aparece nas estatisticas como violência doméstica, que é causado principalmente pelo machismo que gera a violência física e tantas outras violências como salários inferiores, sexismo, baixa escolaridade...

Assim também ocorre com os irmãos e irmãs homossexuais - que eu defendo inclusive pela mudança deste termo, pois o considero preconceituoso, pois não é somente uma opção sexual, mas também afetiva - através da homofobia praticada através de violências.

O Clipe e letra da música transmitem exemplos de violências, exclusões e até mesmo estereótipos, porém tras em sua essência o poder e empoderamento do Hip Hop que também é o orgulho e autoafirmação de seu saber e ser, bem como o protesto.

Ao se falar do tema loga ouvimos a palavra família. Concordo! Mas iremos então criar e manter uma família discriminatória? É hora de nos vermos na diversidade. Em minha canção Pangéia eu falo deste grande mau, porém provoco-nos pois "Somos um povo, uma só gente, mais semelhantes do que diferente".

Fica o convite a mudança.

01 junho 2011

Mobilização de Conselheiros Tutelares no DF


No dia 18 de maio de 2011, dia em que todo país discute e reflete sobre a Exploração sexual de crianças e adolescentes, os Conselhos Tutelares do Distrito Federal fizeram mobilização e mobilização em frente o Palácio do governo em Brasília.

Estruturação dos Conselhos e Regulamentação da profissão são as principais bandeiras do coletivo, pois existem conselhos na capital do país que não possuem sequer energia elétrica.

No exposto, a mobilização resultou em articulação de uma Audiência Pública que ocorrerá no próximo dia 20 de junho na Câmara Legislativa. Durante o ato, o governo se recusou a atender uma comissão de Conselheiros e Conselheiras.

Assim a mobilização continua. Do dia 31 de maio a 05 de junho os Conselhos Tutelares farão mobilizações e passeatas em várias cidades.

Saiba mais: http://conselhotutelaremluta.blogspot.com/

25 maio 2011

Mutirão Hip Hop - Edição Dina Di


Neste domingo, dia 29 de maio ocorre a 4ª edição do Mutirão Hip Hop promovido pelo Coletivo ArtSam e Aborígine, realizando nesta edição uma homenagem a Dina Di, rainha do Rap Nacional.

Esta edição trará em seu Seminário um debate sobre machismo na sociedade e Hip Hop, bem como apresentações somente de MCs e grupos femininos das periferias do Distrito Federal.

Os quatro elementos da cultura serão celebrados em uma ação afirmativa e de empoderamento com as artistas: Vera Veronika (Vencedora do Prêmio Hip Hop Zumbi e Preto Ghoez), BellaDona, Nine Ribeiro, Hosana, Mèrcia Guerreira, Bots Crew e das grafiteiras Miah e Nati da Crew SRC; Além de exposição de telas e fotografias por Amanda e Priscilla da Crew Espirito Urbano.

As apresentações culturais, intervenções e exposições terão início as 14hs e a entrada é FRANCA. Já o seminário se inicia as 10hs.

Compareça. Hip Hop é resistência e luta contra todas as formas de discriminação e dominação.

O que? Mutirão Hip Hop - Edição Dina Di
Quando? Domingo, dia 29 de maio
Local? Instituto Brasil Vivo - Qr 316 de Samambaia Sul
Horário? 14hs00min

Maiores informações: hiphopartsam@gmail.com e 9602 6711 (falar com Markão Aborígine)

03 maio 2011

Maio, Nosso Maio

Maio, Nosso Maio .



Feita com Software Livre e em um processo coletivo, a animação "Maio Nosso Maio" apresenta de forma leve e compromissada uma leitura histórica que resgata o sentido original do Dia dos Trabalhadores e trabalhadoras.

Que a chama e a luta não sejam esquecidas e que os entorpecentes e shows que embreagam a classe se arruinem.

Ate a vitória!

29 abril 2011

Atividade Cultural 1º de Maio


1º de maio é o dia internacional de luta dos trabalhadores. Essa data é marcada por ações de trabalhadores de todo o mundo que se reúnem, dialogam, fazem manifestações e se reconhecem uns nos outros e por partilhar dos mesmos problemas e ter o capital como inimigo comum, demonstrando suas insatisfações com as condições de vida que lhes são impostas.

Infelizmente, alguns setores que representam os trabalhadores no Brasil parecem não ter mais uma visão das necessidades da classe e no lugar do dia de lutas e reuniões fazem grandes shows com sorteios de prêmios dando a entender que hoje os trabalhadores tem grandes motivos par comemorar.

Além das razoes mais gerais que nos unificam enquanto classe trabalhadora e que aparecem como pauta em todo mundo como melhoria nas condições de trabalho, saúde, moradia, lazer, aqui em Brasília ainda nos deparamos com um governo do Partido dos Trabalhadores, mas que na verdade não cumpre o pouco que prometeu aos mesmos e também atua contra esses em diversos momentos.

Por esse motivo, uma serie de organizações políticas esquerda de Brasília mantém-se coerente na autonomia dos trabalhadores frente aos interesses dos governos que mudam apenas a cor do Partido e o nome do Governador, mas mantém a mesma política em favor dos grandes empresários da cidade, tendo sido esse o traço comum entre Roriz e Arruda e no governo atual não tem sido diferente.

Debatendo e mantendo resistência convidamos a todos e todas para Atividade política cultural em Brazlândia, na feira da Vila São José, a partir das 13 horas.

Show de Rap com o grupo Aborígine, samba com o grupo Vizinhança, MPB com Maximo Mansur e debate com Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Sindagua, Coletivos de Oposição, Sarau e lançamento da Revista Cultura de Classe.

Participe traga sua família.
Informações: 9311-6667


Trabalhadores unidos, sem pacto com governos e com o capital.

Rappers anarquistas são presos no Canadá


A dupla de hip hop anarquista foi impedida de conviver depois de ser presa no G20

Enviar rappers para a prisão por causa de um clipe parece ser um pouco demais – mas não além das possibilidades na era do G-20 de Toronto.

O grupo de hip hop anarquista Test Their Logik (Teste a Lógica Deles, em tradução livre) – de volta à turnê depois de combater acusações de conspiração que os impediram de terem contato um com o outro – dizem que isso aconteceu durante junho do ano passado.

Os MCs Testament e Illogik, cujos nomes reais são Darius Mirshahi e Chris Bowen, foram presos em flagrante e algemados em um domingo. Os “crimes”, até onde eles sabem, foi andarem com ativistas, planejarem protestos e fazerem um vídeo de rap convocando outras pessoas a fazerem o mesmo.

O musicalmente e liricamente intenso “Invada a Reunião” – que foi assistido mais de 50.000 vezes no You Tube – retrata tumultos e danos à propriedade, e mostra protestantes com faces cobertas. Mas planejar um protesto não é ilegal, e o vídeo deles não é o primeiro de hip hop a retratar atividades criminosas. Então qual é o limite?

Um dos maiores especialistas canadenses na cultura hip hop, Dalton Higgins, não tem conhecimento de nenhum caso em que letras de rap foram usadas como prova legal, mas disse que promotores americanos têm enfrentado dificuldades em fazê-lo por algumas razões.

“Na America, o ato de usar as letras como uma prova na corte foi considerada uma violação da Primeira Emenda”, ele disse à NOW. “Por exemplo, é muito difícil provar na corte o que os rappers em questão de fato escreveram algumas ou todas as letras da música ou do CD”.

Na manhã das prisões, Mirshahi foi rodeado por oficiais OPP (Ontario Provincial Police - Polícia Provincial de Ontário) depois de entrar no seu carro no West End, enquanto Bowen foi arrancado do protesto de solidariedade aos presos do lado de fora da prisão improvisada da Eastern Avenue. Eles foram levados para a mesma cela estilo gaiola e os oficiais os diziam repetidamente que a razão seria sua música e política radical.

“Todos os guardas sabiam que éramos rappers”, disse Mirshahi à NOW no domingo, por telefone, numa das paradas da turnê em Saskatoon (Canadá). “Um deles disse algo como ‘Vocês são os rappers – vocês são o ás de espadas dessa merda”.

“Por que eu sou o ás de espadas? Porque eu fiz uma música? Isso é ridículo”.

Eles acabaram por ser liberados, mas não antes de aproveitar a oportunidade de entreter seus companheiros de prisão com uma canção controversa (que o escritor Tommy Thompson, numa cela próxima, descreveu como um “momento brilhante para nós, no inferno da prisão”). Essa seria sua última apresentação juntos por cinco meses.

Os dois homens foram acusados de conspiração, apologia ao crime e uso de máscaras que sinalizavam intenção de cometer um crime – acusações que foram suspensas em novembro, antes que fossem sequer fornecidas provas contra eles. Até então, eles foram proibidos de relacionarem-se como condições de sua fiança – tornando impossível fazer novas músicas ou shows.

“Naquele momento, eu percebi que eu tinha gasto $4.000... Aquelas eram as minhas economias para um ano inteiro”, disse Bowen.

Um porta-voz da Polícia de Toronto disse que ela não tinha nenhuma informação que pudesse divulgar a respeito das prisões, enquanto a OPP disse que era contra a política dos serviços policiais falar sobre suspeitos cujas acusações tenham sido retiradas ou mantidas.

Em resposta quanto as acusações que foram mantidas, um porta-voz do Ministério da Procuradoria-Geral disse que “a Coroa tem um dever permanente para avaliar a força de um caso e determinar se há perspectiva razoável de condenação. Neste caso, a Coroa determinou que baseado nas evidências disponíveis, o caso não preenchia esses requisitos”.

O advogado de Mirshahi e Bowen, Russell Silverstein, disse que os seus clientes não foram as únicas pessoas a serem presas sem motivos razoáveis durante o G20.

“Houve muitas pessoas que foram acusadas antes mesmo de alguém parar para analisar se haveria provas suficientes para julgá-las”, ele disse à NOW na semana passada.

Enquanto acusações mantidas podem ser revividas dentro de um ano, quando foram julgados, os dois rappers acreditam estar fora da mira da justiça por agora e estão gratos por estarem fazendo música e seguindo com suas vidas.

“Foi uma bênção camuflada em alguns aspectos”, declarou Bowen. “Eu sabia que, a longo prazo, isso fortaleceria nossa mensagem”.

A mensagem – que fala contra autoritarismo, capitalismo e corporativização – está lado a lado com o hip hop, dub step e influencias de beats e house no novo álbum Test Their Logik, chamado “A”. Eles estão em turnê antes de seu lançamento, que será em 14 de maio, e têm um show marcado sábado em Toronto, como parte das atividades da Feira do Livro Anarquista.

Quando questionados sobre se têm algum receio de que algumas pessoas considerem suas inclinações políticas repugnantes, os dois prontamente defendem-se dizendo que o que eles vêem é uma ideologia baseada na igualdade e auto-determinação.

“Eu quero fazer um mundo com o mínimo de violência possível”, disse Bowen, que é também praticante de artes marciais e instrutor de yoga. “Mas se as pessoas ficam revoltadas com janelas quebradas, mas não com comunidades quebradas, eu realmente questiono seus valores”.

Mais informações:

http://www.testtheirlogik.com/

21 abril 2011

Brasília 51: Capital do Massacre


As estórias que sempre escutamos sobre a construção de Brasília versam sobre a coragem, amor e sonho dos pioneiros, como verdadeiros heróis da nação. Leia-se aqui que os pioneiros são somente os engenheiros, políticos, enfim... burgueses.

O trabalho escravo que fora submetido aos candangos, em sua maioria nordestinos não é lembrado, tocado, pois incomoda. Como a capital da esperança trata de forma cruel seus mestres de obras, pedreiros, famílias? Pois bem, fazemos memória aqui ao Massacre da GEB.
Brasília nasceu do sonho de Dom Bosco. Mas em meio século de história a realidade vivida está mais para pesadelo que pétalas.

Especulação imobiliária, concreto que avança devastando o cerrado, nepotismo, mensalões, o maior índice em desigualdade do país, um lixo não tratado, escolas precárias e suas crianças assassinadas diariamente. Crianças que sonham um dia serem prioridade conforme diz a lei. Brasília vive no pesadelo de Conselhos Tutelares sem sequer energia elétrica.

E isto reflete os candeeiros, falta de higienização e alimentação como eram tratados os trabalhadores e trabalhadoras durante a construção. Em 1959, 1.300 operários prestavam serviços a Construtora Pacheco Fernandes Dantas, no local que hoje é a Vila Planalto.
A esperança foi erguida através de trabalho escravo, com jornadas de 24 horas, sem folgas, banho, retenção de pagamento que era semanal. Relatos apontam que o descanso e noites de sono não passavam de 04 horas.

Em 08 de fevereiro, a Capital da Esperança entrega a seus candangos refeição estragada, que soma-se as privações de eitos e trabalho árduo, o que gera descontentamento e tornou-se o estopim para um grande quebra a quebra.

Desde sempre, para defender o patrimônio, a polícia é chamada para reprimir os candangos que ali protestavam apenas por condições mínimas de trabalho. A Guarda Especial de Brasília iniciou os espancamentos dos causadores da confusão/luta/resistência. Porém naquela noite foram esmagados, amargando derrota e humilhação, que até então não conheciam.

Na mesma noite, porém mais tarde, retornaram em maior número e com armamentos reforçados, descendo de caminhões e atirando contra centenas de operários. Invadiram os alojamentos e cruelmente atiraram nas camas e beliches. Cortaram a energia.Gritos, sangue... Mas surgem versões do fato.

Moradores da época narram que viam caminhões caçambas levando corpos que foram enterrados em Planaltina ou jogados em lagoas. Jamais foram encontrados e o número de vitimas nunca foi comprovado, pois como se sabe estes candangos perderam totalmente o contato com suas cidades de origem, além das centenas de vidas perdidas nas viagens de pau de arara.

Conhecer a história para modificá-la! Esta mesma GEB que assassinou e torturou, identifico na ação policial da Novacap, Estrutural e mais recente, na cavalaria que pisoteava manifestantes contra o criminoso Arruda ou no coronel que agrediu a estudante. Jornais que “cobriram” a notícia apresentam contradições, como costume.

O presidente JK, puro e quase santo, abafou o caso, reduzindo sua importância. Jornais da época, dado o abafamento, pouco informaram sobre a quantidade, mas a presidência afirmou que fora somente uma morte. E esta mesma versão aponta para somente 27 homens armados contra 1.300 operários. Será?

Creio que Paulo Octávio aprendeu com JK a omitir fatos e enriquecer-se através da exploração. Brasília Meio Século de inverdades e construção, pois esta história ainda não findou-se.

Parabéns Ceilândia, Samambaia, Estrutural, Itapoá... Vida!

'Coletânea Escrita - Aborígine Incita' EM BREVE