25 novembro 2019

Markão Aborígine recebe Prêmio Marielle Franco



Organizado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da CLDF, a iniciativa busca reconhecer e valorizar o trabalho de defensoras e defensores de direitos humanos em diversas áreas de atuação. O processo de indicações foi realizado através de um formulário online, em que foram recebidas mais de 100 sugestões de pessoas, organizações, servidores públicos, trabalhos acadêmicos e serviços públicos que se destacaram na defesa dos direitos humanos no Distrito Federal. Qualquer pessoa poderia se indicar ou fazer uma indicação, desde que não fosse servidor(a) da CLDF.

“Vivemos tempos de criminalização daqueles que defendem a dignidade e os direitos das pessoas. Ao reconhecer publicamente trabalhos desenvolvidos em nossa cidade, buscamos incentivar mais atores a se engajarem na defesa dos direitos humanos”, destacou o presidente da CDH, deputado Distrital Fábio Felix (PSOL). O parlamentar também reforçou a necessidade de implementação de medidas que objetivem proteger aqueles que hoje assumem essa defesa, uma vez que há perseguição, ameaças e risco de morte, como no caso da vereadora Marielle Franco.

A solenidade de entrega do Prêmio ocorrerá no dia 28 de novembro (quinta-feira) às 19h no plenário da Câmara Legislativa do DF. A entrada é livre e gratuita.

Marielle Franco: uma trajetória em defesa dos mais vulneráveis
Marielle Franco foi vereadora pelo estado do Rio de Janeiro. Sua atuação em movimentos sociais e no mandato foi centrada na defesa dos direitos das mulheres, da população negra, vulnerável e periférica. Marielle também trabalhou na Coordenação da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados e, até hoje, o crime não foi elucidado.

A execução de Marielle é um ataque direto à Democracia. Não podemos aceitar que uma representante do povo, legitimamente eleita, tenha sua vida encerrada durante o seu mandato por representar os direitos das minorias. Mais do que nunca, é imprescindível valorizar as iniciativas que colaboram para a construção da justiça social”, alegou o deputado Distrital Fábio Felix.

22 outubro 2019

Aborígine & DJ Raffa apresentam: Meu Menino


O lendário DJ Raffa (Os Magrellos, Baseado nas Ruas, Sabotagem) acaba de lançar seu álbum comemorativo de década chamado DJ Raffa 35 anos. A série de álbuns já contou com participação de X, GOG, Consciência Humana, Voz sem Medo, DeMenosCrime entre outros, tornando-se um marco e clássico do Rap Brasileiro, agora, reúne artistas da nova geração e clássicos produzidos pelo maestro.

Nesta edição reúnem-se Viela17, Baseado nas Ruas, Provérbio X, RAPadura, Crônica Mendes entre outros. ABORÍGINE ou Markão Aborígine apresenta a faixa MEU MENINO que conta com participação da cantora Talíz. A música versa, num Rap feito em diferentes métricas, sobre a marginalização das juventudes, o falso encantamento que o crime provoca ao questionar as responsabilidades do verbete e gíria 'dá nada' ou 'num dá nada'.

O MC reflete sobre as consequências deste entendimento, afirmando que tais atos praticados podem custar 1, 2 ou 7 anos, com as dores refletidas nos prantos familiares.

OUÇA AQUI




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26 setembro 2019

Caminhão de mudança


Acordei mais cedo que nos outros dias
Ao meu lado algumas caixas e minha mochila
Demorei a levantar, me perdi olhando o teto
E ao redor, visualizando cada objeto

Vi a marca de poeira que o calendário deixou
Com aquela foto que tirei no colégio
Ele não servia, era de um ano anterior
Eu vestido de vaqueiro e um sorriso sincero

A despedida dos amigos foi com uma caneta
Não era final do ano, mas escreveram em minha camiseta
Eu sem forças, só consegui levantar da cama
Quando ouvi o barulho do caminhão de mudança

Mil perguntas, mil questões
O olho lacrimeja com mais mil palavrões
Como ficará a medalha desse ano
Se no interclasse não continuarei jogando?

"porra mano"

Lá na escola gostava de uma menina
E não tive o tempo de me declarar
Lembro que tremi quando ela escreveu na camisa
Por isso mesmo nunca vou lavar

Manhã de sábado, tão cedo
Sem tomar café sai de casa com muito medo
Dos amigos da rua não estarem acordados
Mas pela última vez pude abraça-los

"falô otário"

O caminhão só não é mais velho que o colchão
De uma família que pagava tanto de aluguel
Quantas vezes minha mãe pediu perdão
Pois o presente de natal foi esquecido por Noel

Nunca me importei com isso, verdade
Mas se pudesse me desfazia e não levaria algo pra outra cidade
Não entendo porque precisamos de geladeira
Se na maior parte do mês só tem garrafa d’água cheia

Mas pra minha surpresa, ela combinou com a cozinha: pequena
Não entendi, mas minha mãe disse que cabe em nossa renda
Estava feliz de verdade
Falou que venceu o aluguel e fila de anos da Codhab

Meu filho esse é seu quarto
Simples e dividirá com sua irmã Gabriela
Daqui a quatro meses sobrará um dinheirinho
Eu compro sua bicicleta!

(...)