27 setembro 2011

Sagrada Terra Especulada

Sagrada Terra Especulada(A luta contra o Setor Noroeste) Documentário - 70min from Muruá on Vimeo.


Após muita pressão o filme Sagrada Terra Especulada: A Luta Contra o Setor Noroeste, finalmente é aceito no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A comissão do juri do festival havia desclassificado o filme alegando que ele não tinha a minutagem exigida pela Ancine para ser enquadrado na modalidade Longa Metragem. Entretanto, no regulamento do festival, e nas orientações para inscrição dos filmes, não havia sequer menção a critério de minutagem para os filmes de Longa Metragem.

O filme do Coletivo de Mídia Independente do Distrito Federal foi inscrito com 68 minutos, e a organização do festival alegou que deveria ter no mínimo 70 minutos. Por meio de diversas trocas de email, ao longo dos meses de agosto e setembro, o CMI-DF buscou explicações mais plausíveis para a desclassificação do filme, mas o argumento da minutagem alegado pela organização do festival não se sustentava, já que, por exemplo, no ano passado um filme de 60 minutos foi aceito e inclusive premiado.

Dado o caráter de denúncia que o filme tem, apresentando diversas irregularidades no processo de aprovação das licenças do Setor Noroeste, e demonstrando as relações desse processo com o esquema de corrupção do Governo Arruda teoricamente desmontado pela operação Caixa de Pandora, estava nítido que a desclassificação do filme Sagrada Terra Especulada tinha um caráter político. Além disso, o principal patrocinador do festival é a TERRACAP, Empresa Imobiliária do GDF, que sob a direção de Antonio Gomes, licitou de forma totalmente irregular o terreno do Setor Noroeste, passando por cima de legislação nacional e internacional. Na sexta feira o Centro de Mídia Independente e o site TV Tática divulgaram áudio de entrevista com o senhor Sérgio Fidalgo responsável pelo Festival em 2010 e 2011, onde o mesmo não consegue explicar a desclassificação do filme pelo critério da minutagem, e após afirmar que esse critério sempre existiu, se surpeende com o fato de em 2010 um filme de 60 minutos ter sido classificado e premiado, demonstrando insegurança sobre a questão.

Na manhã do último sábado, o CMI-DF recebe a informação por parte da organização do festival, de que voltaram atrás na questão, e que o filme será exibido no festival na Mostra Brasília, no dia 28, próxima quarta-feira, às 15 horas, no Cine Brasília, eixinho W, 106/107, Asa Sul.

23 setembro 2011

Circula Cultura chega a Samambaia



Ocorre neste sábado mais uma edição do circuito Circula Cultura que celebra a diversidade, trazendo aos palcos Rap, MPB, Forró e Breaking.

Antes disto, os artistas e comunidade convida a todos e todas para debater sobre o extermínio da juventude negra, na Conferência livre de Juventude que ocorrerá na mesma data, a partir das 13hs no CEF 404 em Samambaia norte.

O Circula Cultura possui produção e realização da Imáginário Produções e a entrada é FRANCA.

Compareça!!!

IstoÉ manipulação



A revista IstoÉ publica na capa da edição desta semana um boné do MST bem velho e surrado, sob terras forradas de pedregulhos.

Decreta na capa “O fim do MST”, que teria perdido a base de trabalhadores rurais e apoio da sociedade.

Premissa errada, abordagem errada e conclusões erradas.

A mentira

A IstoÉ informa a seus leitores que há 3.579 famílias acampadas no Brasil, das quais somente 1.204 seriam do MST.

A revista mente ou equivoca-se fragorosamente. E a partir disso dá uma capa de revista.

Segundo a revista, o número de acampamentos do MST caiu nos últimos 10 anos. E teria chegado a apenas 1.204 famílias acampadas, em nove acampamentos em todo o país.

Temos atualmente mais de 60 mil famílias acampadas em 24 estados.

Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aponta que há 156 mil famílias acampadas no país, somando todos os movimentos que lutam pela democratização da terra.

A revista tentou dar um tom de credibilidade com as visitas a uma região do Rio Grande do Sul, onde nasceu o Movimento, e ao Pontal do Paranapanema, em São Paulo.

Se contassem apenas os acampados nessas duas regiões, chegariam a um número bem maior do que divulgou.

A reportagem poderia também ter ido à Bahia, por exemplo, onde há mais de 20 mil famílias acampadas que organizamos.

O repórter teve oportunidade de receber esses esclarecimentos e até a lista de acampamentos pelo país.

Mas não quis ou não fez questão, porque se negou a mandar as perguntas por e-mail para o nosso setor de comunicação.

Outra forma seria perguntar para o Incra ou pesquisar no cadastro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Tampouco isso a IstoÉ fez.

Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista.

Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare.

O desvio

A IstoÉ se notabilizou nos últimos tempos nos meios jornalísticos como uma revista venal. A revista é do tipo “pagou, levou”. Tanto é que tem o apelido de "QuantoÉ".

Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam por quilo, pelo “peso” da matéria.

A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária.

Não é de se impressionar uma vez que a revista abandonou qualquer compromisso com jornalismo sério com credibilidade, virando um “ativo” para especuladores.

Nelson Tanure e Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, banqueiro marcado por casos de corrupção, disputaram a compra da revista em 2007.

Com o que esses tipos têm compromisso? Com o dinheiro deles.

Reação do latifúndio: A matéria é uma reação à nossa jornada de lutas de agosto.

Foram mobilizados mais de 50 mil trabalhadores rurais, em 20 estados.

Um acampamento em Brasília, com 4 mil trabalhadores rurais, fez mobilizações durante uma semana e ocupou o Ministério da Fazenda para cobrar medidas para avançar a Reforma Agrária.

A jornada foi vitoriosa e demonstrou a representatividade social e a solidez das nossas reivindicações na luta pela Reforma Agrária.

O governo dobrou o orçamento para a desapropriação de terras para assentar 20 mil famílias até o final do ano, liberou o orçamento para cursos para trabalhadores Sem Terra, anunciou a criação de um programa de alfabetização e a criação de um programa de agroindústrias.

Interesses foram contrariados e se articularam para atacar o nosso Movimento e a Reforma Agrária. Para isso, usam a imprensa venal para alcançar seus objetivos.

Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos.

A luta vai continuar até a realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, no desenvolvimento do meio rural, na produção de alimentos para o povo brasileiro sem agrotóxicos por meio da agroecologia.

08 setembro 2011

Duelo de MCs: Resistir Sempre


Equipada de despreparo e autoritarismo, na companhia do Juizado da Infância e da Juventude e da TV Record, a Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) protagonizou cenas lamentáveis na noite da última sexta-feira durante o “Duelo de MCs”.

Sob o argumento de uma “operação policial que visava prevenir e coibir o consumo e o tráfico de drogas no local”, a instituição que responde pela segurança pública do estado, sem comunicar previamente o coletivo Família de Rua (FDR), chegou ao viaduto Santa Tereza por volta das 22h40 dando ordens para que o Duelo fosse interrompido e solicitando que o som fosse desligado imediatamente para que a “operação” acontecesse.

Questionado da situação e da postura assumida pela polícia naquele momento, o Tenente Albuquerque (comandante da ação) evitou o diálogo, dirigiu-se aos integrantes da FDR de forma bastante arrogante e ainda ameaçou usar a força caso não fosse atendido.

Ciente dos seus direitos e munida do alvará de funcionamento, a Família de Rua assumiu a responsabilidade e reiniciou o “Duelo de MCs”. Durante a atuação da PM centenas de pessoas foram revistadas e algumas detidas, incluindo menores de idade que portavam drogas e bebidas alcoólicas. Tudo foi registrado por profissionais da TV Record, que em nenhum momento demonstraram interesse em mostrar as manifestações artísticas que aconteciam no palco ao lado.

Ao final da noite, numa demonstração desnecessária de autoridade e poder, Albuquerque e sua equipe, após não deixarem que dezenas de pessoas saíssem dos arredores do viaduto por cerca de 40 minutos, submeteram os integrantes do coletivo Família de Rua a uma revista minuciosa. Mais uma vez, o abuso de autoridade e a falta de diálogo, presentes em frases como: “eu quero os quatro de pé na minha frente agora”, “eu estou mandando, de pé aqui embaixo agora”, marcaram os acontecimentos.

Contextualizando

No último dia 24 de agosto o “Duelo de MCs” completou quatro anos de atividades em Belo Horizonte. Como já é do conhecimento de muitos, desde o início, entendendo a necessidade de estabelecer parcerias que contribuam com o trabalho realizado debaixo do viaduto Santa Tereza, o coletivo Família de Rua propõe o diálogo com as diversas instituições envolvidas no processo, o que inclui, por exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte e a PM-MG.

De fato, o crescimento do público e da visibilidade do “Duelo de MCs” pressupõe uma atuação mais efetiva no que diz respeito a garantir a estrutura necessária para a realização do encontro e a segurança pública no espaço. Os diálogos avançaram e continuam avançando em algumas instâncias, mas permanecem inertes em outras.

Como já informamos em outras ocasiões, por diversas vezes procuramos a Polícia Militar buscando prevenir e resolver os problemas, sobretudo o uso e tráfico de drogas no “Duelo de MCs”. Reuniões foram realizadas, acordos estabelecidos, mas, de fato, nada foi cumprido. Sem apresentar nenhum estudo concreto acerca da situação, a polícia simplesmente não atua preventivamente no “Duelo de MCs” alegando falta de contingente.

Resistência

A atuação despreparada da PM, dos órgãos de proteção à criança e ao adolescente e da mídia sensacionalista na noite da última sexta-feira reforça ainda mais o posicionamento da FDR diante deste tipo de situação. Não vamos ficar de braços cruzados. Se até então lutamos e resistimos por acreditar nos ideais e princípios da cultura Hip Hop e na legitimidade da nossa atuação, o faremos com mais afinco.

O diálogo com o poder público, em suas diferentes instâncias, continua. E, querendo algumas pessoas e instituições, ou não, contando com a colaboração dos mais diferentes atores – público, grupos e coletivos culturais, artistas, instituições públicas etc. – trabalharemos para solucionar os problemas, superar os obstáculos e manter o “Duelo de MCs” acontecendo a todo vapor.

Vida longa à cultura de Rua!

Atenciosamente,

Família de Rua.

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07 setembro 2011

Samambaia diz não ao lixão



Há algum tempo o Governo do Distrito Federal discute a implantação de um Aterro Sanitário em Samambaia. Várias ações já foram mobilizadas para mostrar ao GDF o grave crime ambiental que está prestes a ocorrer em decorrência da implantação desse projeto. Que dentre outros problemas, não teve a participação legítima da comunidade e esta sendo tocado sem o real esclarecimento das consequências do projeto para a população local.

Convidamos os moradores de Samambaia, que são os principais interessados no bem estar da cidade, para somar esforços na mobilização permanente de ações contra a implantação desse projeto. Mas isso, não anula a participação de toda a sociedade brasileira, porque o Rio Melchior faz parte da Bacia do Rio Descoberto (oeste) que deságua na Bacia do Paraná, responsável pelo fornecimento de cerca de 60% da água tratada consumida no Distrito Federal.

No último dia 20 de agosto de 2011, na Vila Olímpica Rei Pelé, houve uma reunião com algumas autoridades do GDF que vieram somente para nos convencer do projeto, sem dar oportunidade de fala para os representantes da comunidade. Para se ter uma idéia, a comunidade somente poderia se dirigir à mesa das autoridades por escrito. A mesa por sua vez escolhia as perguntas que poderiam ou não ser respondidas. Esse tipo de participação antidemocrática descaracteriza o discurso do atual governo e não atende às necessidades que um projeto de tal envergadura apresenta.

Somos contrários à implantação de um aterro sanitário do Distrito Federal inteiro em Samambaia sem uma discussão mais aprofundada, com participação legítima da população. Repudiamos uma proposta de aterro que não representa a implementação de uma política pública comprometida com o meio ambiente e com a sustentabilidade. Somos favoráveis à discussão e à implementação de uma política de meio ambiente que responsabilize cada uma das cidades por seus próprios resíduos sólidos.

É injusto e inadmissível fazer com Samambaia o que fizeram com a cidade Estrutural. O projeto em tese é interessante e, no papel, apresenta avanços no que diz respeito à destinação dos resíduos sólidos. No entanto, não há garantias sobre os encaminhamentos para que se execute o que está previsto.

Da forma como está sendo conduzido o processo, sem participação da sociedade civil organizada, sem discussão ampla e aberta com a comunidade atingida, não acreditamos que tais medidas reduzirão os impactos ambientais do projeto em questão. O Distrito Federal tem 28 cidades e somente uma, Brazlândia, tenta-se implantar a coleta seletiva do lixo.

Não sabemos dos reais interesses comerciais das empresas de lixo, pois somente o frete dos resíduos sólidos, por exemplo, de Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Lago Sul e Lago Norte será uma fortuna para os cofres públicos.
Por que não projetaram aterros sanitários nos extremos do DF?
Por que não dividir essa responsabilidade de cuidar do lixo com outras Regiões Administrativas?

Já temos a maior Estação de Tratamento de Esgotos da América Latina (ETE - MELCHIOR) implantada em nossa cidade. O odor produzido no local é extremamente desagradável. A população da Expansão de Samambaia e moradores de chácaras daquela região já convivem com o mau cheiro ocasionado pela queima das vísceras e restos de frangos, e, com o intenso trânsito de caminhões da Sadia. Além disso, teríamos que suportar a convivência com todo o lixo do Distrito Federal? Voltamos a dizer: crie-se uma política que distribua as responsabilidades entre as Regiões Administrativas.

Nesse sentido, algumas questões continuam sem respostas:
- Por que o projeto foi aprovado numa Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE JK)?

- Por que a maior parte da população desconhece o projeto e os seus impactos ambientais?

- O que será feito para a preservação das nascentes próximas ao terreno do Aterro?

- Como ficará a situação das quadras residenciais e da Escola Pública que ficam próximas ao local onde se pleiteia a implantação do aterro?

A população de Samambaia é formada por trabalhadores(as) que conquistaram a sua moradia com muita luta. Queremos dignidade, queremos ser tratados com respeito. NÃO ACEITAMOS O ATERRO SANITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL EM SAMAMBAIA.

Participe das reuniões todas as terças-feiras, às 19h30, na Paróquia São José Operário na QN 421. Assine e contribua no mutirão do abaixo-assinado a ser entregue ao Governador Agnelo Queiroz. Envie e-mails para as autoridades do GDF, da Câmara Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado. A comunidade é convidada a exercer sua cidadania em defesa de Samambaia.

MOVIMENTO EM DEFESA DE SAMAMBAIA

Aborígine no programa Alternativo



Entrevista cedida ao Programa Alternativo durante a semana de Educação para a vida, que ocorreu nas escolas públicas do Distrito Federal em 2011.

A mesma faz parte de uma série sobre o Hip Hop Cangando onde há entrevista com os grupos Arsenal do Gueto e Diga How.

Na mesma o MC relata sobre suas inspirações e influências no início de carreira, além do sentimento que os move cotidianamente.

Assista, divulgue, comente! Não é show é militância.