30 julho 2010

Há mortes e mortes



O Globo e os vários pesos da morte

A edição de “O Globo” de hoje saiu com atraso. Segundo o serviço de atendimento ao cliente do jornal, a causa teria sido a cobertura de uma manifestação feita na madrugada desta quinta-feira, no Túnel Acústico, Zona Sul do Rio. Era uma homenagem a Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães. O jovem de 18 anos foi atropelado e morto naquele local. Dezenas compareceram. Uma grande foto do evento aparece na primeira página do diário carioca.

Este mês, completaram-se os 20 anos do massacre de Acari e o 17º aniversário da matança na Candelária. No total, foram mortos 19 jovens e crianças. Todos pobres e pretos. Até hoje, ninguém foi responsabilizado. Em 23 de julho diversos movimentos sociais realizaram uma “Caminhada em Defesa da Vida”. Cerca de duas mil pessoas protestaram. No dia seguinte, uma notícia sobre a manifestação ficou longe da capa de “O Globo”. Foi publicada na página 28. A edição não sofreu maiores atrasos.

O jovem Rafael não merecia morrer. São ridículas as afirmações que o condenam por estar andando de skate às duas da manhã. O responsável por sua morte deve ser julgado com todo rigor. Os policiais que quiseram vender sua impunidade também. Quem tentou comprá-la, idem. Mas, o tratamento dado ao caso pela imprensa mostra que a morte tem pesos diferentes na sociedade desigual em que vivemos.

Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com

24 julho 2010

Sarau Complexo chega a sua 14ª Edição



O Sarau Complexo é um projeto do Conselho de Cultura de Samambaia, tem como finalidade valorizar os talentos, fazedores e fazedoras de cultura da cidade, além de mobilizar a comunidade em prol da construção do Complexo Cultural de Samambaia.

Traz as ruas e praças grandes apresentações, mostrando que a arte e cultura, que são do povo, têm que está junto e não distante deste, pois somente assim a fortalecimento dos laços e crescimento. A atividade ocorre sempre na última sexta feira de cada mês

Nesta 14ª Edição o Sarau apresenta o rock da banda DF 130-2, o saudosismo nordestino com a Quadriha Junina Eta Lasquera, além da poesia de Luiz Vieira e o Rap de Markão Aborígine.

Onde: Praça da 406 de Samambaia Norte
QUando: Dia 30 de julho - Sexta Feira
Horário: A partir das 20hs

Acesse: http://conselhodeculturadesamambaia.ning.com/

Nova geração do Breaking de Samambaia

Série Multiplicação da Revolução

Entrevista com Original Stylers

O portal Essência Hip Hop mais uma vez quebra os paradgmas. Os portais do movimento dificilmente abrem espaço aos outros elementos, divulgando em sua maioria o genero Rap. No exposto apresentamos a voce leitor e voce leitora esta Crew, que vem se destacando na cidade de Samambaia e por todo DF, pela atuação não somente artistica, mas pela determinação e ação social desenvolvida por estes jovens.

Original Stylers respeitam o termo ORIGINALIDADE. Vem acrescentando em suas apresentações outros generos da dança como Crump, Street Dance e mesmo a capoeira. Gringo, grafiteiro da Crew, é arte educador do Centro de orientação socio educativo - COSE da cidade Estrutural, e anualmente promovem a batalha Underground Session.

Recentemente lançaram um BLOG e em breve estarão postando vídeos de apresentação, bem como vídeo aulas.

Sem mais delongas... Confiram a entrevista com a Crew, onde demonstram extrema maturidade e comprometimento com o Hip Hop, ressaltando que alguns integrantes do grupo ainda vivem o período da adolescencia.

01 - Original Stylers é uma das Crews representantes do Hip Hop de Samambaia. Como vocês enxergam o atual do cenário do Movimento na cidade, quais conquistas e desafios?

Desde que surgimos no HIP HOP da cidade, muitas coisas já mudaram, principalmente pela coletividade e militancia do ARTSAM. Já conseguimos muitos espaços para treinos do grupo e reconhecimento, e principalmente um mentalidade mais madura do b.boys e b.girls de Samambaia , em não dançar por dançar , nem fazer por fazer, concientização que foi potencializada com as reuniões,palestra,oficinas e debates do ARTSAM.
Mais o maior desafio e conseguirmos agora passar essa mentalidade do HIP HOP para as pessoas de fora da cultura, que a dança possa ser vista como uma arte profissional e que lutamos para conquistarmos esse profissionalismo, e agoa podemos exercermos como uma profissão legal .

02 - Há quanto tempo a Crew existe e quais momentos vocês destacam nesta trajetória?

A crew existe desde de 2007, completamos 3 anos em março deste ano. As partes que se destacam na nossa trajetoria foi a formação do Coordenador e integrante da Crew Edy Ribeiro como Arte Educador , e hoje ministra oficinas para crianças e adolescentes na Associação VIVER , outras dessa glorias, foi a integrante Prix , ter ido para uma eliminatória de uma das batalhas mais importantes Internacionalmente Battle Of the Year- Boty participando da batalha de dupla feminina junto com sua parceira Guida ,tambem temos a batalha anual Underground Session organizada pela crew, BSB RAP FESTIVAL grande evento do cenario HIP HOP de brasilia, entre outras batalhas eventos e oficinas ministrados por integrantes da crew.

03 - Além do Breaking, integrantes do grupo praticam o Street Dance, Ragga, Locking, dentre outras. Enfim, quão importante é para o grupo este misto de ritmos, e qual maior dificuldade enfrentada por todos para manter a originalidade e estilo?

Alem do Break tambem dançamos todos os estilos de dança citados acima e outras vinculadas ao HIP HOP . Quando passamos a conhecer vários outros estilos de dança até mesmo fora do HIPHOP, passamos a ter um olhar mais amplo da música e da dança, passamos a conhecer a origem e ter mais músicalidade dentro do Breakdance, que é um dos fatores mais importantes nesse estilo. A maior dificuldade em todos de manter o estilo e a originalidade é a inovação que os b.boys apresentam a cada dia, mais sempre tentamos ficar atentos e bem informados dos atuais movimentos.

04 - Quem e quantos são os integrantes da Crew?

Edy Ribeiro

Alan House

PriX [Priscila Dayana]

Japão (Jonathan Dias]

Diego Ribeiro

Xibico (Abymael)

João Lucas

Aurino

Zico

Keoma

Jonathan

05 - Um momento de destaque, identificamos que foi o BSB Rap Festival, onde se apresentaram ao lado de grupos nacionalmente conhecidos, mas que foram destaque. Qual foi a reação dos componentes?

Ficamos muito admirados com a reação do público, de termos alcançado esse objetivo, de termos esse reconhecimento , pois na apresentação introduzimos o KRUMP um estilo de dança que ainda não é muito conhecido no Brasil , mais que teve uma otima reação do público com a apresentação.

06 - Alem da atividade cultural, os B.boys Edy, Zayon, João Lucas e Japão, e a B.girl Prix são arte educadores e já ministraram oficinas em vários projetos sociais. Como vocês enxergam a militancia e ativismos no Movimento Hip Hop e qual ação marcou o grupo?

"Alem da dança procuro oferecer uma forma das crianças enxergarem o mundo de uma forma diferente focando sempre no trabalho em grupo e na educação de cada um deles, sempre preservando educação, respeito e fé, assim conseguimos fazer um mundo melhor. Creio em Deus e sempre costumo estar mais proximo dele, faço parte do grupo jovem dá igreja da minha comunidade, e procuro sempre repassar tudo que aprendo lá nas minhas aulas sendo atraves da dança de um movimento de uma forma de ensinar e sempre importante, tratarmos todos alunos igualmente sem discriminação e principalmente respeitando a forma e a evolução de cada um. "

EDY RIBEIRO

07 - Underground Session é o nome da Batalha 2vs2 produzida por vocês em parceria com outros grupos. Em 2010 o evento será realizado em que mes e como estão os preparativos?

A batalha este ano ainda não tem uma data certa, mais a previsão é que seja em novembro , este ano queremos fazer um grande evento com a presença de todos os elementos da Cultura e fortificar não só o Breakdance como competição mais em conhecimento.

08 - O grupo integra o Coletivo ArtSam que timidamente vem trabalhando o Hip Hop da cidade, como avançar este trabalho, como resgatar e formar mais jovens para uma vida saudável e fraterna?

Um dos meios para que podessemos avançar com o trabalho de resgate de jovens na cidade, era atraves das oficinas que ministravamos juntos com Marcão Aborigene , infelizmente tivemos uma queda ai na produção das oficinas , devido a trabalho,estudo e as particularidades de cada um e cada uma , mais este ano vamos voltar a todo vapor com noosso trabalho social ai na comunidade, este ano estamos tentando conseguir um espaço melhor somente pra crew e o ARTSAM para que alem de treinos fortalecermos a mentalidade dos dançarinos e com isso acharmos formas mais abrangentes de buscarmos mais jovens para essa vida saudavel e fraterna dos jovens da comunidade.

09 - B.boy Edy, coordenador do grupo, também é cursando de Educação Física, isto ajuda o trabalho de condicionamento físico e alongamento do grupo, e como a parte física é trabalhada nas oficinas que ministram?

O trabalho de treinamento na dança de rua é notoriamente de desenvolvimento motor especializado, porque ela exige muita coordenação motora, tem movimentos bastantes complexos: união de movimentos de membros inferiores e superiores, cada aluno se movimentando em um ritmo diferente, bilateralidade... Também envolve muita memorização, para as trocas de grupo, trocas de posição, decorar o tempo certo da música... No meu grupo, desenvolvemos todas essas habilidades.

Nessa perspectiva, procuro fatores relevantes em relação a esse elemento da cultura corporal, com o objetivo de propor através da sua vivência, o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo-social, juntamente com os aspectos de formação humana.

Alem desses fatores já citados procuro trabalhar esses pilares básicos abaixo, que já pude observar com meus anos de dança:

• Aumenta a Flexibilidade;
• Melhora o condicionamento aeróbico;
• Melhora a coordenação motora;
• Emagrece, ajuda a perder Peso;
• Melhora a Capacidade Cardiorespiratória;
• Fortalece a musculatura principalmente dos membros inferiores;
• Previne problemas posturais e de artrose;
• Aumenta o convívio social;
• Combate a depressão e a timidez;
• Traz alegria;
• Deixa a Auto-Estima elevada;
• Combate o Stress;
• Ajuda a relaxar.

por Edy Ribeiro

10 - Por fim deixem aqui seus salves, e também contatos, links para vídeos, etc.

Agradecemos á Marcão Aborigine , que nos deu a formação necessária e de fundamental importancia, para que além de conhecermos a cultura HIP HOP, representarmos ela com seu real intuito que é a transfomação social, atravez de cada letra de rap , através de cada moinho de vento, atravez de cada arte estampada nas paredes, e que a cada amanhecer Deus nos dá todo dia a oportunidade de mudar um pouco do mundo, que mesmo que seja pouco não será em vão.

Original Stylers agradece pela entrevista e pelo reconhecimento.
Contatos para show, eventos e oficinas :
Fone: (61)85305466 Edy Ribeiro ou crauling@hotmail.com
Fortaleça o movimento e conheça mais a historia da crew em :

http://originalstylerscrew.blogspot.com/

Obrigado um salve a todos!

Fortaleça e prevaleça

fonte: www.hiphopessencia.blogspot.com

09 julho 2010

Confira a programação do Sarau Samambaia Poética



O Sarau Samambaia Poética será realizado esta sexta, tendo na programação:

- Re-lançamento e distribuição do zine Informe Militante Edição João Candido;

- Lançamento do CD Aborígine 'A vida em poesia';

- Declamação de poesias com: Marcos MC, Correndo Contra o Tempo, Mantendo a Identidade, Oitto, Maresia PJL, Markão ABORÍGINE, além da participação especial do poeta Luiz Vieira;

- Repente com: Djalma Faustino e Chico Félix;

- Freestyle com: MC Ahoto e MC Mocotó.

Tudo isto será embalado ao som da música de Rodrigo Misquita e também mostra de filmes documentários, canjica, pipoca e caldo para a comunidade.

Participe! Mas traga sua contribuição aos artistas.

www.samambaiapoetica.blogspot.com

O Hip Hop comemora o aniversário do ECA



ASPCEL promove em Ceilândia a Comemoração
pelos 20 anos em defesa da criança e do adolescente
através do ECA.

Dentre as atividades que se inicia as 10hs da manhã
aconteceram Palestras e Oficinas, distribuição de sorvete,
cachorro quente para criançada, além de brinquedos.

Abrilhantando o evento, grande shows de Rap com
Arsenal do Gueto, Diga How, Aborígine
e muito mais.

ASPCEL é uma entidade social e militante que vem com
garra e autonomia ofertando as crianças e construindo
um novo mundo que é possível a comunidade da Expansão
do Setor O, através de oficinas de violão, ingles, Hip Hop
e recentemente iniciaram oficina de Informática em seu
Telecentro.

Assim convocamos cada um e cada uma para iniciar uma
trajetória em defesa de nossas crianças, ou mesmo
participar para refletir e buscar re-animo para luta parti-
cipando deste belo evento.

Confira a programação:

* 11hs00min – 11hs15min > Flauta
* 12hs00min – 12hs20min > Barbarella
* 13hs00min – 14hs00min > Samba
* 14hs30min – 14hs45min > Doidão
* 14hs50min – 15hs10min > Rapadura/Mc Cleyton
* 15hs15min – 15hs30min > Markão ABORIGINE
* 15hs35min – 15hs55min > Diga How
* 16hs00min – 16hs30min > Arsenal do Gueto

Informações: aspcel@gmail.com

02 julho 2010

Brasil, Holanda e o Apartheid



O jogo de hoje mostra a persistência da divisão racial e social na África do Sul. Os mais ricos tendem a torcer pela seleção holandesa. A maioria deles é branca. Os mais pobres são quase todos negros. Quase todos devem torcer pelo Brasil.

A África do Sul foi colônia da Holanda. A língua mais falada no país é o africâner, que tem forte influência do idioma holandês. Apartheid significa separação em africâner. Era o nome da lei que justificava a dominação da minoria branca sobre a maioria negra.

Felizmente, o apartheid legal acabou em 1994. Graças às lutas do povo negro simbolizada por Nelson Mandela. No entanto, a separação real continua firme e forte.

Hoje, a África do Sul está entre os dez países com pior distribuição de renda no mundo, fazendo companhia ao Brasil. Em 1990, 38% da riqueza produzida ficavam com os empresários. Em 2005, essa proporção cresceu para 42%.

O número de pessoas vivendo em favelas cresceu 26% entre 1999 e 2001. Em 2005, quase 5% da população viviam nesse tipo de habitação. Uma em cada três pessoas em idade de trabalhar está desempregada. Surgiu uma pequena classe média negra. Mas, 95% dos pobres continuam sendo negros.

O problema é que Mandela e seus aliados acabaram com o apartheid, mas não com o capitalismo. E este garante a continuação e o aprofundamento da injustiça social. Na África do Sul, o racismo continua forte e vence pela livre concorrência.

É pena. De qualquer jeito, vale a torcida contra a Holanda.

Por Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com