18 setembro 2008

Natural da Terra



Como Conselheiro incomodo o sistema sem o uso de armas
Aborígine... A ação faz a vanguarda
Com formação não há dominação e retrocesso
Assim microfones disparam rimas protesto.
Diferentes a aquele que o próprio idioma nega
Que enxerga heróis naqueles que promovem a paz com guerras
Persegui o talibã pelos afegãos é pacífico
Mortes causadas por patrocínio

Deles próprios. Estados Unidos da América
Se a Amazônia é o pulmão vocês são...
Bem parecidos com parlamentares, terno e gravata
Que reduzem a alegria do povo em uma cesta básica
Contorcem meu caráter, minha imagem é de bandido
Me negam o lazer, mas mesmo assim não fui eu que assassinei o Galdino
Sei que sou teu alvo. Tua munição não me acerta
Minha mente é revestida de aço, sou Lamarca, sou Marighela

Do ódio e da tristeza, seqüestro o embaixador
Sem usar de torturas transformo em alegria e amor
Dou para os pobres o que com suor tirei dos ricos
Sou cangaceiro, sou nordestino, sou Brilhante, sou Jesuíno
Não comemoro hipocrisia, festejos, vai ver
Sou excluído, sou sem terra, sou Pataxó Matalauê
Mais de cinco milhões de almas representa o jovem aqui
A dor dos xavantes, tapuias, caiapós e tupis

Sou senzala, mas se preferir sou a favela
Sou o escravo no açoite sua seqüela
Sou quem cresceu desconformado com as desigualdades
Sou imortal, sou ágil, sou Zumbi dos Palmares.
Canhões de consciência apontados para o governo
Sou João Candido o almirante negro
Pulmão brasileiro, defendo com unhas e dentes
No jardim de Margarida, vive sempre Chico Mendes.

Ribeirinhos, seringueiros, bóia fria, carvoeiro
Sou a coluna que percorre os estados brasileiros
Sou o R puxado, o S chiado, sou a catira, sou o repente
Sou o forró, sou o bumbá, sou tchê oxente
Sou o arroz tropeiro, baião de dois, sarapatel, o açaí
A buchada de bode, o queijo, feijoada, o pequi
Sou a mistura, sou mestiço, sou um só
Sou a criança, sou o adulto, sou o avô, sou a avó

Sou caatinga, sou sertão, sou o cerrado
Sou pantanal, sou planícies, sou planaltos
Sou São Francisco, Amazonas, Parnaíba
Sou as nascentes, as correntes cristalinas
Sou as grutas, vida selvagem, fauna e flora
Sou o cantador que canta a dor com pandeiros e violas
Infelizmente não sinto fome somente no natal
Mas felizmente torno-me primeiro mundo no carnaval

Sou instruído, destemido, revoltado, sou a chama
Sou mais um louco desta terra, sou Pindorama.


4º Festival de Música Popular de Samambaia apresenta vencedores


A disputa pelas melhores colocações no 4º Festival de Música Popular de Samambaia, realizado pelo Ponto de Cultura Rádio Popular FM 98.1 e Instituto de Arte Cia. e Cidadania - IACC, começou na noite de 05/09/08, quando as bandas fizeram audição pros jurados e comunidade, no quadradão cultural da quadra 310. Ali iniciou a seleção das 92 músicas inscritas, das quais 52 foram escolhidas pro festival, dias 12, 13 e 14/09/08, na QS
302, Centro Urbano de Samambaia.

Finalmente, na noite de domingo (14/09/08) a grande revelação:
1º Colocado: Sintonia do Forró, com a música ‘Louco Por Você’;
2º Colocado: Lino Morais e banda, com a música ‘Pra Um Mesmo Lugar’;
3º Colocado: Diego Azevedo com a música 'Vacilei';
Melhor Músico: Sintonia do Forró;
Melhor Arranjo: banda Adrenalina;
Melhor Letra: Markão, Aborígine;
Originalidade: Aborígine;
Revelação: banda Forrozão Temporal.

De autoria própria, cada grupo concorreu com apenas uma música aos seguintes prêmios: 1º lugar, R$ 2.000,00; 2º lugar, R$ 1.000,00; 3º lugar. R$ 500,00. A competição foi acirrada, não apenas pelos prêmios, mas cada qual querendo superar a si próprio, vencer as adversidades e mostrar o melhor para o público que compareceu em grande número e com muita vontade de participar.

Diversidade

O Festival de Música Popular de Samambaia evidencia a diversidade cultural do Distrito Federal e Entorno. Surpreende pela quantidade, qualidade e criatividade de centenas de grupos que se formam espontaneamente para exercer a música, pela qual expressam sonhos, desejos, angústias...

O grupo Sintonia do Forró foi criado em 2002 e faz shows nas festas de aniversário das cidades do Distrito Federal. Está gravando seu primeiro CD com composições próprias e de outros grupos. Ganhou o festival com a música ‘Louco Por Você’, forró romântico, dançante.

Lino Moraes era da banda Nova Voltagem, mas agora toca sozinho nos bares de Brasília. De sua autoria, a música ‘Sementes de Amor’ (pop/reage) convenceu os jurados a lhe darem o segundo lugar. Atribui a vitória ao fato de não haver desistido do seu sonho de ser músico.

Markão, expoente do hip hop, desenvolve o projeto Aborígine (Natural da terra). As letras

têm a criatividade e conteúdo político do rap, mas a música (com violões) é mais leve e envolvente. O poema ‘Azul de Uma Caneta’ fala à comunidade sobre o desemprego e os preconceitos no mercado de trabalho.

Dentre os 52 concorrentes estavam também: Adrenalina, pop rock, melhor arranjo; Triturados Pelo Coração, rock/jovem guarda, vencedor do terceiro festival; Versos e Rimas, hip hop/black music; Marisele Dias, MPB; Guerreiros da Fé, pop/gospel; Em Pane, hard core/punk/rock; Os Menos Punks do Mundo, punk/rock irreverente; Scrover, blues/funk; DF 130 – 2, pop/rock, emocionou o público com a música BSB.

Também diversos, os convidados especiais foram: Detrito Federal, punk/hard core; Dinho e

Diego, sertanejo; Dignidade Humana, rap; Banda Madeirada, axé. Os patrocinadores e parceiros foram: Ministério da Cultura; GDF (Administração Regional de Samambaia); Toke Arte, informática e papelaria; Ativa 98.1, rádio comunitária; Home Center Castelo Forte, tudo para sua casa.

Repórter: Élton Skartazini