25 janeiro 2010

Guerreiro do 3º mundo. Maresia lança álbum


Série Multiplicação da Revolução
Entrevista

Mais um lançamento que vem confirmar a força da música independente e comprometida com a transformação.

Maresia, MC da cidade de Samambaia acaba de lançar seu 1 álbum intitulado 'Guerreiro do Terceiro Mundo', faixa do CD produzida a partir de sampler de Edson Gomes. O trabalho é uma verdadeira arqueologia da música brasileira, resgatando o ritmo e a musicalidade nacional, junto a boas levadas e forte conteúdo.

O rapper iniciou sua carreira em 1997 junto com seu irmão Rapadura; Após passar por diversos grupos como Consciência armada, PJL, Art'vistas, adquire vivência, maturidade e experiência para seguir em carreira solo.

Além da atuação como Rapper, Maresia é empreendedor. Gesta, dirige e vende produtos ligados a cultura e moda urbana na loja Sub-mundo Hip Hop na cidade de Samambaia, atuando como revendedor de grandes marcas.

1 - O CD Guerreiro do Terceiro Mundo vem sendo gestado a 3 anos. Qual a maior dificuldade encontrada para lança-lo e quais frutos veem sendo colhidos?

Umas das maiores dificuldades foi à falta de patrocínio. Os gastos com a produção e elaboração do álbum são altíssimos.
Gera certo desanimo quando você planeja lançar em um ano, porém o tempo passa, e lá se vão longos três anos, mas graças a Deus o sonho foi concretizado com o meu próprio suor. Os frutos são muitos: Se alguém escuta um som e esse som o faz refletir eu já estou recompensado pela vida toda, além da realização pessoal, um sonho realizado. Vários amigos participaram desse trampo entre eles: Rapadura, Nego Cartola, A fórmula, P J L, Dnac, Bravoz, Diautoria, Nego Dé, Nova Escola e Kiko Santana.

2 - A cerca da produção, inúmeras faixas são assinadas por seu irmão Rapadura, MC de grande expressão no cenário nacional. Infelizmente, grande parte de artistas, ligados ou não a cultura Hip Hop utilizam o mercado estadunidense, como norte ou modelo de produção, esquecendo assim a produção e musicalidade nacional. Conte-nos um pouco sobre os samplers utilizados e o que cada artista 'resgatado' representa pra você:

Samplers resgatando artistas do passado para o futuro como: Aguinaldo Timoteo, Roberto Carlos, Moacir Franco, Sidney Magal. Artistas que sempre representaram a nossa cultura em todo o mundo, mas com o passar do tempo o povo se esqueceu, porém continuam vivos nas canções. Eu tempo chegar ao menos em cinco por cento dos sentimentos que passaram.

3 - Quais estratégias foram elaboradas para divulgação e distribuição do álbum? Há previsão de festa de lançamento?

Estou utilizando os meios cabíveis na internet como: orkut, MSN, palcomp3. Porém pessoas como DJ Nego Gilson, G1 FM - Daher, DJ Nelson Ramos – Espaço do Rap e DJ Marquinhos da Smurphies colaboram bastante.
A DISTRIBUIÇAO estar sendo por meio das lojas: Submundo Hip Hop e Stylo Black e através dos fones: (61) 92825526 ou 86070276 ou 30397459. Estou esperando manifestações que venha a fortalecer a corrente do Rap sério, com muitos objetivos, porém sem patrocínios.

4 - Que vertente ou linha dentro do Rap o 'Guerreiro do Terceiro Mundo' segue?

GUERREIRO DO 3° MUNDO segue a linha mais protesto e resistencia, a exemplo de grupos antigos. Creio que é necessário ter caráter e identidade, saber o que estar falando; Não bastar fazer por fazer, tem quer ter proposta, mas também obras concluídas.

5 - A música 'São vários' tem a participação de inúmeros MC's do Distrito Federal. Conte-nos um pouco sobre esses grupos e que mensagem a música tenta transmitir.

Na canção ‘São Vários’ visei reunir grupos de varias cidades do DF integrando a ideologia com uma harmonia. Transmite uma mensagem que não importa onde você mora, a vontade de transformação é presente e nunca ira morrer.


6 - O Hip Hop em Samambaia, e em todo o DF tem enorme dificuldade de se articular. Deve-se isto também à própria conjuntura da região. Com a passagem mais cara do país e com o distanciamento cultural imposto pela criação de Brasília, que expulsou os trabalhadores do grande centro e os jogou em condições subhumanas a 20/50 km de distância. Como você enxerga o montante de dinheiro gasto nas festividades de 50 anos da capital do país, lembrando que 50 milhões foram destinados ao carnaval do Rio de Janeiro, recurso que os artistas locais não têm acesso. Qual maneira pode intervir e qual é o papel do Hip Hop nesta questão?

Primeiramente vejo que Samambaia é rica em cultura, mas não tem atuação constante ou sólida. Existem alguns pontos e alguns institutos, mas que não tem o poder aquisitivo para realizarem tudo que almejam. Os Mc’s, B.boys, B.girls, Dj´s e grafiteiros não tem uma organização, nem um local para se reunirem, nem apoio financeiro. As dificuldades não são só em articular o movimento, mas também em se firmarem no movimento ou em movimentos. A verba publica sempre é distribuída pra quem não precisa, é uma vergonha ver o analfabetismo, crianças subnutridas, idosos com uma lastima de aposentadoria, hospitais sem leitos, sem maquinas, mas o contraste vem com o gosto de impotência ao vermos as comemorações de Brasília ao extrapolar nos contratos de 500 mil reais ao contratar Xuxa ,Claudia leite. Sem contar à merda que vimos pela TV nos escândalos de menssaloes, dinheiro público em cuecas, meias, malas, panetones... Pra finalizar o ridículo ainda sujam envergonha o nome de Deus e dos nossos irmãos da nação brasileira. Nossa historia já vem manchada desde muito tempo. Basta! Não aos porcos corruptos.

7 - Como está e quais modificações ou ajustes devem ser postos para o crescimento do Hip Hop na região?

Para haver melhorias deve haver sensibilidades e pulso firme. Seriedade e atitude de ir ate o poder com objetivo. Tem que reunir a massa que é imensa e ter uma proposta, um projeto sério para que seja aprovado com remuneração pros demais combatentes.

8 - Quais grupos vem se destacando na região?

Vários grupos vêm nos trazendo orgulhos com o passar do tempo entre eles: A Fórmula, P J L, Justiceiros do Rap, Aborígine, Gury – gospel, dentre outros.

9 - Espaço aberto: Críticas, contatos...


E-mail: maresiarap@hotmail.com
Myspace: http://www.myspace.com/maresiamcartvista
Palcomp3: http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/maresiarap/
Comunidade no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=25298203
Telefones: ( 61 ) 92825526 ou 86070276 ou 30397459

23 janeiro 2010

Natural da Terra


Como Conselheiro incomodo o sistema sem o uso de armas
Aborígine. Militância. A ação faz a vanguarda
Com formação não espaço para dominação e retrocesso
Assim microfones disparam rimas, atitude, protesto.
Diferentes a aqueles que o próprio idioma nega
Que enxergam heróis aqueles que promovem a paz com guerras
Persegui o talibã pelos afegãos é pacífico
Mas não dizer que foram mortes causadas por armamentos, patrocínio
Deles próprios. Estados Unidos da América
Se a Amazônia é o pulmão vocês são...
Bem parecido com parlamentares, terno e gravata
Que reduzem a alegria do povo em uma cesta básica
Contorcem meu caráter, minha imagem é de bandido
Me negam o lazer, mas mesmo assim não fui eu que assassinei o Galdino

Sei que sou teu alvo. Tua munição alienação não me acerta
Minha mente é revestida de aço, sou Lamarca, sou Marighela
Do ódio e da tristeza, seqüestro o embaixador
Sem usar de torturas transformo em alegria e amor
Dou para os pobres o que com suor tirei dos ricos
Sou cangaceiro, sou nordestino, sou Brilhante, sou Jesuíno
Não comemoro hipocrisia, festejos, vai ver
Sou excluído, sou sem terra, sou Pataxó Matalauê
Mais de cinco milhões de almas representa o jovem aqui
A dor dos xavantes, tapuias, caiapós e tupis
Sou senzala, mas se preferir sou a favela
Sou o escravo no açoite sua seqüela

Sou quem cresceu desconformado com as desigualdades
Sou imortal, sou ágil, sou Zumbi dos Palmares.
Canhões de consciência apontados para o governo
Sou João Candido o almirante negro
Pulmão brasileiro, defendo com unhas e dentes
No jardim de Margarida, vive sempre Chico Mendes.
Ribeirinhos, seringueiros, bóia fria, carvoeiro
Sou a coluna que percorre os estados brasileiros
Sou o R puxado, o S chiado, sou a catira, sou o repente
Sou o forró, sou o bumbá, sou tchê oxente
Sou o arroz tropeiro, baião de dois, sarapatel, o açaí
A buchada de bode, o queijo, feijoada, o pequi
Sou a mistura, sou mestiço, sou um só
Sou a criança, sou o adulto, sou o avô, sou a avó

Sou caatinga, sou sertão, sou o cerrado
Sou pantanal, sou planícies, sou planaltos
Sou São Francisco, Amazonas, Parnaíba
Sou as nascentes, as correntes cristalinas
Sou as grutas, vida selvagem, belo vale, fauna e flora
Sou o cantador que canta a dor com pandeiros e violas
Infelizmente não sinto fome somente no natal
Mas felizmente torno-me primeiro mundo no carnaval
Sou instruído, destemido, revoltado, sou a chama
Sou mais um louco desta terra, sou Pindorama.

Adolescência em retratos


Oh pátria armada, estagnada, um berço hostil.
Inocente sensualidade, contraste infanto juvenil.
No Brasil sem censura, sem vergonha, sem caráter.
Em close, televisores ensinam posições em sessões a tarde.
Modernidade... Infância com vestimentas adultas
Normalidade... Danças eróticas e crianças semi nuas
Como se não bastasse a triste gramática da vida
Jovens ligados às palavras crime, drogas e bebida.
Fotografia construída da juventude que não se interessa
Afoitos por uma pobre conversa, mas não pra uma palestra.
Desértica mentalidade, repleta de futilidade.
Pensa que é uma fase da vida, mas transforma a vida em fase.
Terminal! Vivem na Terra do nunca. Nunca crescem
Nunca amadurecem ao mesmo tempo em que envelhecem
Hey garoto me responda o que é ser brega
14 anos em escola ou 14 anos em uma cela?
Hey garota me responda o que é ser brega
14 anos virgem ou 14 anos aidética?

Vem ver
Retratos desta adolescencia
O porque
Do meu grito de urgência
Sabe
Cercados de más influências
Aonde vão chegar

Imagine Maria retirando o líquido amniótico
A esperança esquartejada, saída fechada, o futuro em destroços.
Assassino. Substantivo mais adequado a quem pratica tal ação
Pois a vida se forma no momento da concepção
Irmão. Desconheço sua opinião, o que pensa, mas te falo.
Que o DNA está completo já no óvulo fecundado
Desculpe se pressiono a mesma tecla e nela sempre insisto
É chocante, mas imagine o aborto de Jesus Cristo.
Não é paranóia. Quantos livros não escritos
Quantas soluções não apresentadas, quantos amores não vividos.
Por outro lado pesadelos, traumas psicológicos.
Gravidez ectópica nas trompas de falópio
Sentimento culposos, fleches, fiel companhia.
Reflexos de risos inocentes, transpiração, taquicardia.
Muitos desejam o que você desperdiça o amor de um filho.
Amor, fidelidade, palavras chave o livra do abismo.
Com elas, salvará vidas.
Tanto da haste, quanto da Síndrome da imuna deficiência adquirida.
Seres burros fazem sexo e não amor
Não pensam com o cérebro, mas com o órgão reprodutor.
Assim se entregam, se usam, se tocam, se vendem.
Assim são traídos, assim se arrependem.
Porém tarde. O olho azul foi falso e do mesmo modo o corpo malhado
Prazer individual, momentâneo, indelicado.
E esta tolice origina conseqüências muito sérias
Descem pelo ralo lágrimas de remorso e venéreas
Eis o resultado da falta de diálogo e alienação da juventude
Marcas levadas por toda senectude.

Vem ver
Retratos desta adolescencia
O porque
Do meu grito de urgência
Sabe
Cercados de más influências
Aonde vão chegar

Click... Fotografia é tirada da juventude nesse mundo podre
Triste... Que muitas vezes nós jovens fazemos pose.

Nomenclatura


Eu canto em todo canto, mas quando canto não encanto
Pois meu canto em quem escuta só traz espanto
Pois analiso a conjuntura da inexistência da alegria
Dia e noite, dia açoite, noite fria
Daqueles que de madrugada com a mão calejada pedem a parada do ônibus
Se dirigem ao combate, mas no primeiro round soa o congo
Derrota. Ao invés do lábio amado sentem a lona
Após o máximo recebem o mínimo que compra a mortuária semi-pronta
Não é faz de conta, mas se conta o que se faz
Põe-se data de validade em humanos. Não mais trabalharás
Aliás somos ensinados a sermos individualistas
Aprendemos a administrar e não ajudar que precisa
Assim uma fila de pós-graduados, formados, doutorados.
A procura do emprego onde varrerão seus currículos rasgados
Resultado alcançado sem esforço pela elite
Que comemora com vinho do porto no conforto da Fashion Week
Um calçado onde o cadarço equivale a meu salário
Enquanto isso uma pessoa morre a cada três segundos por não ser alimentado
Quanto vale uma vida?
Responda-me você desta corja legislativa maldita
Recebe três vezes o salário, mas nada faz
Convocações extraordinárias para orgias sexuais
Tem mais. São estes que sustentam a exploração humana por contendas
Como o governador que mantém o trabalho escravo em suas fazendas
Eu canto e em meu canto questiono a pena branda
O cifrão criminoso, a guerra negra, a paz branca
Quem canta? O natural da terra Pindorama
Em luta nomenclatura Marcus Dantas

Enquanto houver opressão e violência
Haverá luta e resistência

No Brasil de caboclo, de mãe preta e pai João.
No sertão onde a palma de gado se faz alimentação
Grão é cozido na lata de alumínio. Verdade
Em outra parte, berço 18 quilates, foi sustagem.
Tecle Sap. Entenda que os Brasis são bem parecidos
Não existem diferenças entre pobres e ricos
Apenas um erro em substantivos
Um é bandido e o outro cleptomaníaco
Frutos perdidos da família que não conversa
Uma muito pouco e a outra através das teclas
E é nessa terra, nesse contexto que escrevo meu texto, com o pretexto
De voltar a ação e uma ação com efeito
Pois meus feitos são bem feitos, denunciam os defeitos
Encontrados em deputados, senadores, vereadores, prefeitos
Estes que financiam indústrias, secas, enchentes.
Constroem atingidos por barragens, destroem a memória desta gente
Quantos indigentes que migraram em busca de gabinetes, escritórios
Mas tal sonho hoje migra para cidades dormitórios
Obvio. Aceita-se currículo com foto
A aparência leva a competência a óbito
Triste episódio. Mamãe me dá uma boneca
Papai me dá uma bicicleta. Ao pranto se entrega e molha a terra
Onde floresce o subemprego, a subsistência, o viaduto habitat
Mas a resistência vem em pequenas sementes que se tornam um belo colar
Eu canto e em meu canto pronuncio a esperança
Tocada em latas de tintas por jovens e crianças
Quem canta? O natural da terra Pindorama
Em luta, nomenclatura Marcus Dantas.

Enquanto capitalizam a realidade
Eu socializo meus sonhos

Eu canto e em meu canto uso a mesma narrativa
O discurso de uma vida coletiva
Que é vivida não por uma, mas por tantas.
Em luta nomenclatura Militância.

O azul de uma caneta


Acordo bem cedo, missão encontrar emprego.
Ônibus lotado, mal alimentado, vários do mesmo jeito.
Olhares em que só vejo insegurança
O corpo de pé, mas adormecida a esperança.
Pela janela noto boas condições, privilégios.
Contando moedas para o meu retorno ao inferno
Nessa curta viagem vejo dois mundos
Onde sou um degrau a ser pisado na escada do futuro
Sirvo pra servir, básico ao acabamento.
Barrado na entrada, porta fechada, suspeito, elemento.
Minhas mãos calejadas deram o nó em muitas gravatas
O suor de meu rosto ainda limpa suas privadas
A procura de mais uma chance... Aqui estou
Chegou minha parada minha jornada começou
Avenidas, endereços, entrevistas, imploro.
Dou meu sangue por um subemprego, por favor, vem logo.
Curriculum não tenho, mas me empenho palavra de homem.
Minha agonia se soma a de todos os meus clones.

Nunca, nunca, nunca posso desistir


Bater de porta em porta e o que vier aceito.
Lavador de chão, peão, servente, pedreiro.
Aceito o que tiver de braços abertos
Só pra ver meu filho com um caderno
Não hei de me render, pois meu Senhor és forte.
Um centavo honesto é um milhão perante o ouro do revolver
Mesmo que do lixo tire meu sustento
Da sobra do restaurante meu alimento
O dinheiro é necessário pro comer, pro vestuário.
Me contento com diárias, mas meu sonho é um salário
E na carteira de trabalho ver o azul de uma caneta
Hoje não realizado! No céu estrelas
Que iluminam meu desgosto, meu entristecer.
Juntamente a uma pergunta: Emprego algum por quê?
Talvez porque o segundo grau não tenha completado
Ou pelo endereço do meu lar, do meu bairro.
Entre o endereço de firmas perdi meu vale transporte
Dormi fora de casa não pode
Se eu pedir eu sei que alguém vai me ajudar
“Sai fora vagabundo tu quer é si drogar”.

Nunca, nunca, nunca posso desistir


Achei uma cobertura vou deitar, tenta dormir.
Espero que ninguém venha se divertir
Minha carteira de trabalho em branco vira um diário
Onde a caneta azul escreve o triste fato
Mais um dia cansado, sem emprego.
Portas se fechando, o caminho mais estreito.
Escutando insultos, vítima do preconceito.
“Não contrato bandido, não contrato preto”.
Pros homens um suspeito, humilhado pela madame.
Soco, sangue, e como se não fosse o bastante.
Sem emprego, sem experiência.
Será que acordar com consciência?
E ver minha família sem um salário
Ou será que esta noite morrerei queimado?

Nunca, nunca, nunca posso desistir

Não posso desistir, vou ter que prosseguir, pois a caminhada é árdua na nação;
É triste meu irmão, ver meu filho sem um pão, mas se hoje eu não consigo amanhã eu vou atrás.
Meu filho não vai mais chora, minha mulher vai se alegrar, uma vida boa eu vou lhes dar.
E tirarei as amarguras
O sofrimento, a dor sem cura.
E lhes trarei tudo de bom eu sei. Derrotado nunca serei.

Mãe por que o papai ta demorando?
Será que vai trazer o brinquedo que quero tanto?
Eu vejo em teus olhos que a senhora ta preocupada
A senhora sabe de alguma e não quer me dizer nada
Não, não é nada não, são apenas algumas contas que tenho para pagar
Vai assistir o desenho que já vai começar
Mas a esperança e o desenho foram interrompidos
Acharam na noite passado o corpo de um mendigo
E uma voz inocente que não exita em dizer
Mãe olha o papai na TV.

A colônia


O saber me é negado
Desprezaram minha raiz
Nas argolas do submundo me amarraram
Fui esquecido pelo país

Restou-me ler nos livros
A história de um povo submisso
Cabisbaixo e preguiçoso
Uma colônia de conformismo

Li que o invasor é o herói
Que o natural da terra é selvagem
Esta nação não foi erguida por nós
Mas por coroas de coragem

Que entravam mata adentro
Bandeirantes, catequistas
Encontravam minérios e fruto
Mas estupravam as indígenas

Esta parte não foi contada
Pra muitos não existe
Pois a educação foi comprada
Por gravatas imundas da elite

Puseram um quadro negro
Depois trouxeram o giz
Na senzala vejo cadeiras
A cada sentar uma cicatriz

Mais que chibatadas e correntes
A desigualdade muito me fere
Ao saber que governadores e presidentes
Em educação nada investem

Pois o conhecimento não é de interesse
Melhorias no ambiente da escola
Predominaria nos gabinetes o medo
Pois o jovem saberia em quem vota.

Pangéia


Dos olhos tire a venda, veja os problemas que o mundo enfrenta.
Entenda. Resolva-os! Não trate pessoas diferentes com indiferença
Coisas banais como estas escondem os demônios verdadeiros
Lobos em pele de cordeiro, multiplicadores do preconceito.
Asnos, estúpidos, cérebros atrofiados.
Não sabem que descedem de Adão e Eva ou evoluíram dos macacos?
Não acredita, tem dúvidas, pensa que é bobagem?
Consulte, leia a bíblia, estude e escute Darwin.
Achei que era pouco, pesquisei e fiquei fascinado.
Ao saber que a seis milhões de anos surgiram nossos primeiros antepassados
Continente distante... Não como se imagina
A cada ano que passa dele a gente se aproxima
Desculpe-me deixe prosseguir com meus argumentos
Do início ao fim destes versos tu irás mudar alguns conceitos
Continuar como está é difícil prepare-se para o choque.
O primeiro habitante brasileiro possuía traços negróides
Essa foi profunda, alta voltagem.
Não foi descarga elétrica foi apenas a verdade
Ame ao próximo como a si mesmo, não é isso que disse Jesus?
Quando chegaram nesta terra não encontram mulheres e homens nus?
E hoje aqui estamos três raças, três estilos
Um só povo, um só sangue, um só sorriso
Portanto a pessoa que tu julga contigo a um laço, parentesco
Se não possui a competência de amar pelo menos use o respeito.

Somos um povo
Uma só gente
Mais semelhantes
Do que diferentes

Inferioridade feminina, mentira, adjetivo inexistente
Me entenda, nove meses, placenta, útero, ventre
Lembre-se. O primeiro cidadão brasileiro era mulher
Luzia como Maria mãe de Jesus e esposa de José
Espero que estes versos entrem em seu coração
E entenda que o amor nasceu para todos independentemente da opção
Pois o que importa é atenção, felicidade, cumplicidade, carinho
Saiba que nunca erra o alvo, o tal chamado cupido
A gente que erra. Vemos a flecha onde não está
O que bombeia o sangue ta longe órgão reprodutor quer procriar
Este erro cometi, vivi, deixei-me levar pela atração
Esqueci o interior e conheci a dor da traição
Nisto adquiri experiência para toda uma vida
A embalagem pode ser bonita, mas a validade pode está vencida
Toda uma vida. Meu e seu futuro próximo
Depois do plantio vem a colheita vê se respeita os idosos
Fábricas, estradas, escolas, faculdades
Foram construídas graças a união de vários sotaques
De costumes, emoções, transpirações
Esta terra que você pisa não contém um, mas cinco corações
Lições de amizade que não combinam com intolerância
Mas são exemplos... Para que encontre mudança.

Somos um povo
Uma só gente
Mais semelhantes
Do que diferentes

Rap Amador

Aborígine Rap amador
Não por falta de profissionalismo, mas por excesso em amor
Aonde vou carrego lembranças de minha trajetória
Do primeiro Rap que fiz em um trabalho da escola
Percorri várias lojas a procura de bases de Rap
Ensaios e mais ensaios tenho gravado em fitas k7
Tamanha emoção quando escutava o resultado
E notava que o microfone não tinha chiado
Próximo passo levar o som para outro cômodo
Pois no horário da novela provoca certo incomodo
Componho iluminado pela clave que brilha no horizonte
Resulta nesta sombra um jovem empunhando um microfone
Um pequeno homem que caminha com uma caderneta
Mostra orgulhoso ao irmão suas simples letras
Se queixa que é reconhecido na escola, notas máximas
O que não acontece em sua casa
Lições que promovem crescimento, amadurecimento
Para que após uma década escutam a voz e vejam o talento
Amigo e amiga, façam da vida um verdadeiro palco
Protagonista da própria história de sucesso, receba os aplausos
Efetuados com carinho e calor
Aborígine Rap amador

Muitos cantam por amor a música
Eu por amor a quem escuta


A qualidade deste disco é compatível com as oportunidades
Negado ao plebeu, pois com a “alta corte” não mantém amizade
Não cantarei o que cantas só pra satisfazer teu ego
Sou diferente de você não pleiteio sucesso
E esta diferença discrimina minha competência
Sintonize, mas não encontrará esta canção feita com excelência
Tenho consciência que tudo é possível para a realização de um sonho
E que na procura da mesma ocorrem vários tombos
Mas o importante é erguer-se. Não escutar os gritos de contra
Pois como você ninguém sonha
Meu objetivo? Calma lá espere que lhe conto
Gravar um disco! Produzido com um programa comprado por dez contos
Tecle control, como o mouse arraste o loop
Vê? É tão simples possuir atitude
O programa é falso, mas o sonho é verdadeiro
Buscar o que acredita não é vergonhoso, mas digno de bater no peito
De coração fiz a canção e os bicos mudam de estação
Escutam e dizem... Ihhh é a mesma base do Marcão
Ou o Marcão imitou? Que absurdo
Pipoca miserável a ordem dos fatores não altera o produto
E tal produto se deu a soma de simplicidade e fervor
Com muito orgulho Aborígine Rap amador

Muitos cantam por amor a música
Eu por amor a quem escuta

As primeiras letras do alfabeto


Antes alcançávamos amizade, amor à arte.
Agora atingimos, armas, algemas, ápice.
Alienados, amarguramos, atiramos
Atravessamos a atmosfera, ainda andamos.
Acabando, atrasando, arruinando
A alma antes aberta agora acoima ao avanço
Azarenta arruína a amigos
Arranca, abafa, abate ao alívio
Abolimos a alegria, aceitamos ao avesso
Ainda asseguramo-nos, atestamo-nos aos acertos
Atravesso a avenida, acelero à alguém
A arte armada amedronta. Ave... Amem
Atinge abundantemente, acaba a alegria
Adia a anistia, ação aterroriza.
Ataca algo, alguém. Acrescenta a agonia
Atribui a alguém aonde a alienação asfixia
Alicia, altera, arrebenta alicerces
Apenas apela as angústias aparentemente alegres
Antes alcançávamos aptidão, atitude
Agora atingimos armas assim ataúdes.

Bravamente brigamos, batalhamos, Brasil.
Bombas, bandidos, bandos, Brasil.
Becos, badernas, barulhos, Brasil.
Burrice, bêbados, bagulho, Brasil.

Corruptos corrompem cidadãos com covardia
Crimes com causa certa contra cidadania
Candidatos. Canalhas com contrato
Certificam-se, cheques, cestas, cartões, cidadãos comprados.
Como cabrestos, currais construídos com concreto.
Carreatas, camisas, contendas, contribuem com crescimento, cemitérios.
Criminalidade, contamina, comanda comunidade
Cultura cai, corrupção cresce, chacina, cárcere.
Característica certa, centros, caatinga, cerrado
Capangas, cheira-cola, calafrio, cansaço
Corações cauterizados, catástrofes.
Cavalaria, cacetete, calabouço, choro, choques.
Corajosos caem cronicamente. Coma
Clausulas, causas, cada cinco contra.
Cinco. Certificados cara cuidado.
Crimes? Câmaras, congressos contém capitulados.
Carregue consigo coragem.
Cristo concede, combate. Capital criminal canta cale-se
Como costume caminha comandado
Canção completada, cantada calado.
Corpos cegamente cometem ciladas
Consciências corrompidas, corpos, covas cavadas.

Cômicos Conteúdos


Propagandas autorizadas me oferecem entorpecentes
Só chapo o coco se por cocada em chapa de fazer mixto quente
Entende? Nacionalista derramo Rum, vodka, whisky
Nordestino é arretado comigo só alambique vice?
Não! Isso não é comigo
Prefiro leite fermentado, pois contém lactobacilos vivos
Me responda amigo, qual é o melhor veneno pra rato?
Aquele que contém formol, pra conservar por mais tempo o defunto usuário
Mais um cigarro jogado no cheio cinzeiro
Junto com teus dentes, teus pulmões e teus cabelos
Isso é fraco. Me amarro na erva - chá mate
Farinha de mandioca e lança perfume Kaiak
Ao meu ver tudo isso é ridículo
É lógico aos olhos portadores de miopia e astigmatismo
Catarata,daltonismo Joy cadê seus óculos?
Eu rimo mesmo é a base dágua pouco cloro
Me deu foi sede traz pra cá quero tomar
Preferencialmente não gaseificada, pois dá vontade de arrotar
Rimas metafóricas que provocam sorrisos
Conteúdos cômicos, pois ouvido não é pinico. *
Agradando a tudo e a todos, minha rima é unissex
Perfeccionista passo a lixa depois de usar unhex
O doce mais doce dos doces, puro açúcar é minha rima
Se for diabético é adoçante, ou melhor, insulina.

Se divirta, pois meu Rap lhe deixa alegre.
Até alivia o estresse
Se divirta, pois meu Rap lhe deixa alegre.
Sorrir até emagrece


Meu Rap é como engenho de cana de açúcar
Adiciona o caldo no tacho e cria rapadura
Merece uma surra quem diz que isto é tolice
Meu Rap é uma peia de galho de chique-chique
Relaxante como uma rede debaixo de um pé de umbú
Tão criativo como o menino vestido de papangú
De norte a sul minha fala aglutina, enche de graça
Igual ao interior. O povo reunido em volta da TV da praça
Mas foi de graça toda alegria da primeira idade
Minha mãe tratando o machucado com mercúrio e mertiolate
E como arde a falta de cultura nesta vida
É como trocar o papel higiênico por folha de urtiga
E há quem diga que existe artista lacto purga
Aquele que quando canta dá dor de barriga em quem escuta
Propagandas autorizadas oferecem o sexo
Músicas venéreas, mulheres-cadelas, letras um décimo do alfabeto
Lá no Congresso tem gente carente, sem renda alguma
Sem dinheiro pra comprar carteira leva o dinheiro na sunga
Não se importe se no Big brother quem venceu não lhe deixou feliz
“Agente vamos mudar” tudo, com diz o Roriz.

Se divirta, pois meu Rap lhe deixa alegre.
Até alivia o estresse
Se divirta, pois meu Rap lhe deixa alegre.
Sorrir até emagrece

Cumplicidade


Falaram-me de mentiras.
Eu de verdades.
Falaram-me de intrigas
Eu de amizade.

Falaram-me de tristezas
Eu de alegria
Falaram-me de solidão
Eu de sua companhia.

Falaram-me de lágrimas
Eu de sorrisos
Falaram-me de riquezas
Eu em espírito

Falaram-me do rancor
Eu do perdão
Viraram-me a face
Eu estendi a mão.

Falaram-me de pesadelos
Eu estou sonhando
Falaram-me “Eu odeio”
Respondi “Eu te amo.”.

Ossos Secos


O sopro da vida que bate em meu peito
O sopro da vida...
O sopro da vida que traz a vida
Aos ossos secos...

Para o azul do céu se clama que no solo aja um verde
O pranto que cai é a água que a terra não sente há meses
Vida sofrida, cacimba vazia, riacho de terra.
Carne resseca, mas a esperança não hiberna.
É embalada pela cantiga, pelo som da viola.
Pela nuvem negra que mal chega e já vai embora
Na roça, carroça de palma, para o gado cultivador.
Devido à gota que caiu daquela nuvem que passou
Lavrador. Sempre na certeza que não esta a sós
Sua esperança é resistente à seca como um Aveloz
Inspiração pra nós da caatinga de concreto
Frustração no pretérito e para o futuro incrédulos
Pra que? Por quê? E Como?
Suponho que já foram de encontro aos seus sonhos
Esperar, alcançar – verbos ligados.
Espera e alcança, mas não na cama, acordado.
Levanta e anda, pois a chama arde, nunca é tarde.
Nos ossos secos brotarão músculos e carnes
Nas adversidades o crer não pode ser morto
Pois a vida vem do azul do céu em forma de sopro.

Em partículas de água vejo o rosto de um só povo
Enxergar uma beleza nas cores do arco-íris é o tesouro
Que deve ser utilizado como um bem comum
De modo que unidos na mão, não sejam, senão um.
E não distintos pelo reflexo do espelho
Homem é homem. E não homem branco/homem negro
Livres da exclusão de nobres horários
Em novelas os índios não serão brancos maquiados
Do quadro negro e do giz branco flui o ensino
Isolados só resta o vazio
Este vazio que se expande
Faz enxergar diferente cores em um vermelho de um mesmo sangue
Relevante é o todo em um e o um em todo
O pequeno gigante o fraco poderoso
O conflito, o insulto, o olhar agressivo.
É interrompido pela força de um suspiro
Gemido produzido pela idosa debilitada
Que em sua fraqueza busca força e traz a calma
Pára! Quem briga se reconcilia
Esta idosa é o osso seco com sopro de vida.

Pois a vida é pra se viver
E a felicidade alcansar
Com dignidade colher
E solidariedade plantar

Pretérito Imperfeito


Pretérito imperfeito. Como é belo o nascer de uma estrela vivida
Nunca pude contemplar com um andar tremulo e mente entorpecida
Senti a brisa do orvalho puro, mas foi envolvida
Pelo refluxo alimentício, pelo perfume combustível que incendeia e vicia
Se subia de degrau em degrau em silencio
Pois o filho não interrompe o sono da mãe em sofrimento
Consciência inativa, cansaço, murmuro, os muros acolhem
O balancear do responsável pelos sofrimentos maternos que nunca dormem
Situações ridículas, o mundo gira sem o despertar da luz
Desentupidores de pias são os membros que limpam a não digestão de alimentos crus
Boas idéias, prestigiar o vermelho do sol com grandes amigos
Só ele é assim lhe faz descer em círculos
Viciosos que no caminhar se mostram dolorosos
Assinatura na carteira de trabalho? Na certidão de óbito
Quantos corpos não reconhecidos, presos em ferragens, despedaçados
Como o meu coração em uma dose de ilusão e fracasso
Braços levantados, preso na própria insensatez, inconsciência
Viram copos, viram carros. Riem alegres, choram na doença
Desrespeito com o templo, com a crença
No momento santo o pecado faz a presença
Atos burros, atos tolos, sujo como rato de esgoto
O cheiro é o mesmo, mas o rato não procura o veneno diferente do outro
Prestação da morte, caso de saúde pública
Responsável pela destruição de famílias através de torturas

Físicas, emocionais, psicológicas
Palavras ferem mais que tapas
Se irrigam com álcool as rosas
No despertar amanhecem mortas

São as histórias de vida que foram destruídas
Depositadas em calçadas, corredores de hospitais e clínicas
Coincidem com a minha. Felizmente sem agravantes
Pois o acaso tinha preparado algo pra mim muito tempo antes
Ao invés de ser arrastado por não conseguir andar
Ando para arrastar pessoas que com eu não conseguem enxergar
Que o vazio do coração não é preenchido por alegrias mundanas
Gargalhadas na fria madrugada de um chão frio que se faz cama
Mas a propaganda sempre usa o sucesso
Artistas, modelos jovens esbeltos
Podium certo, 1º colocação em júris internacionais
É o Brasil a terra dos melhores comerciais
Mas é claro quantos sorrisos damos, quanto compramos?
Daquilo pelo qual atravessamos o atlântico
Também né com esse calor
Só uma gelada e uma mulata de maiô
Absurdo a imagem feminina usada como objeto
Para atrair o profissional competente, mas agora doente e sem sucesso
Absurdo a imagem de jovens contentes e sempre alegres
Mas escondem o futuro adulto que acorda em suas próprias fezes.

Coisas que sempre quiz dizer


Papais e mamães prematuras continuam a calcular
Preço, custo, despesa, que uma vida lhes trará
Adolescência perdida, preconceito, sufoco
A solução é bem simples. Assassinato não! Aborto
É fácil imaginar o pulso acelerado o medo
Tentativa de fuga da haste, do esquartejo
É fácil imaginar um tubo sugando a massa cerebral
Vida corroída por substancia que contem sal
Hoje em dia é inválida essa dádiva divina
Com conseqüências brutais o viver se assassina
A criança que faria sorrir espera o lixeiro
Para ser incinerada e não pra ir pro berço
Foi o anjo que partiu, olhar não reluziu
Pois seria um dos 26 que morrem entre mil
Quem comete isto não foi nascido, foi tirado de um tumor
São os monstros pegajosos que Holywood não mostrou
Eu sempre quis dizer onde o preconceito nasce
A boneca não é preta, criança penteia uma Barbie
Homem, mulher. Branco, negro. Abismo nos salários
63% dos pobres, negros e pardos
Porcentagem atingida pelos residentes de Brasília
Que em 12.720 os salário fixa
Sempre quis dizer sobre você que permanece calado
Diante dos camponeses assassinados e do trabalho escravo
No Pará, do tribunal internacional sou o júri popular
Condenando FHC culpado por Eldorado dos Carajás
A justiça esqueceu, eu sei que seu mandato acabou
Mas para as famílias camponesas restou a dor.

Infelizmente motivos não faltam pra eu escrever
Coisas que sempre quis dizer.

É a igualdade social que preocupa as classes altas
Como se vê no não apoio a reforma agrária
Isto se é notado quando fazendeiro criam milícias armadas
Pois tem medo de perderem seu peões e suas enxadas
Ganância patrocinada por robozinhos de gravata
O tal da ética à deputada agride, ofende, maltrata
Pois ao saber do erro na casa
A verdade doeu, a pactuação saiu cara
Sempre quis dizer minha arma é minha cultura
O exemplo mais claro de que um filho teu não foge a luta
Sou a favor da greve, do protesto, da queima de pneus
Mesmo que atrasem o caminhar dos meus e do seus
Pois sei que é fácil discordar quando se está com estômago cheio
Que é difícil se calar quando a desrespeito aos seu direitos
O futuro a Deus pertence. Não corra por seus objetivos
Frase burguesa capitalista que financia seu conformismo
Capitalismo. Muito perigo, não injete em seus organismo
Beba coca cola diariamente e em uma década estará com câncer maligno
Ursinhos constantemente são entregue as namoradas
Na fauna brasileira não existem, não vejo pelúcias de araras
Você parou pra pensar no que falei na última rima
Notou que não fala eu te amo, mas i love you pra sua mina
500 anos de invasão, dominação exercida pelo FMI
Vamos resitir, ao invés de inglês nas escolas que se ensine o Tupi.

Infelizmente motivos não faltam pra eu escrever
Coisas que sempre quis dizer.

16 janeiro 2010

Rico Herdeiro! Fator X lança seu 1º Álbum


Série Multiplicação da Revolução
Entrevista

O grupo Fator X há 13 anos na caminhada, acaba de lançar seu primeiro álbum intitulado Rico Herdeiro. O CD conta com participações de peso como Cirurgia Moral, Livre Ameaça, BellaDona, dentre outros.

Formado por Leyz e WP ambos moradores de Samambaia, periferia de Brasília, faz parte da primeira geração de Rappers da cidade, sendo que em 1999 participaram da Coletânea Patrão de Ladrão, que na época fora bastante vinculada nas rádios e bailes do DF.


1 - Quando e com qual proposito foi criado o grupo Fator X?
O grupo foi criado em 1997 com proposito de expandir nossa realidade e um meio de nao se envolver na vida do crime.

2 - Como foi o processo de produção, elaboração das letras e gravação do CD? Existe previsão de lançamento?
Foi como todo grupo faz né um corre! A maioria das letras maioria são de minha autoria "LEYZ". O cd foi gravado com intuito de esta nos ouvidos dos que sabem que o RAP esta sendo banalizado, mostrando que ainda existem grupos que levam a sério a arte de cantar. Em relaçao ao lançamento do CD, nao lançamos por motivo de que nao iriamos ter retorno nem um aqui no DF. Pois aqui a musica faz parte de um monopolio e esse monopolio dita as regras,por isso opitamos em lança-lo somente na internet. Provavelmente o próximo álbum será oficial,porém, ainda tem o caso da pirataria que é um corre de quem esta sem emprego, e é aquele caso A NESSECIDADE DE UNS PREJUDICA A CAPACIDADE DE OUTROS .

3 - O CD conta com inúmeras participações como Cirurgia Moral, Livre Ameaça, BellaDona. Qual sentimento o grupo carrega por cantar ao lado de ícones que fizeram e ainda fazem história?
Em relaçao as participaçoes é sempre bom colar em outras bancas pra fortalecer. O REY canta em um som que acredito ser dos melhores que ja gravei; Foi muito louco gravar com ele, na minha infacia ou á um tempo atras eu escutava cirurgia moral que rolava nos carros dos malandros aqui perto e achava loko e agora é engraçado gravei com ele e isso nao foi um misterio é uma coisa simples de realizar, com o grupo LIVRE AMEAÇA ja foi mais complicado, pois não as conhecia. Vim conhecer atravez da internet, e-mail e telefone. Assim marcamos de gravar um som, mas nada contra a parte da LUNNA é a mais loka na minha opiniao, com o grupo BellaDona ja foi mais facil, mas nao menos inportante. Em 2001 tinha gravado um CD coletanea rap que erá intitulado PATRAO DE LADRAO e nesse CD participava um familiar de uma das integrantes do grupo BellaDona ficando assim mais facil a participaçao, chamei a THATY para participar do som pois ja conhecia o trabalho dela ja das antigas ,e é isso confere la rapaziada o som "PARE E PENSE"

4 - O Rap no DF sempre foi conhecido pela agressividade e realidade das letras, política. Como o grupo enxerga a crise da corrupção, bem como o Hip Hop pode intervir em tais questões?
Na minha opiniao a corrupçao nao esta nem pior e nem menor, hoje só esta mais falada e exposta para sociedade , entao fica meio que banal ficar teclando numa mesma tecla direto , se o governo é ruim, ladrao, simplesmente todos tinham que rever os motivos de estar votando em certos gosvernantes , seria somente por uma ajuda como um "pao e leite"?
Falamos sim sobre corrupçao, mas eu quero é que se esplodão.

5 - Vocês residem em Samambaia, periferia de Brasília. Cidade com aproximadamente 250 mil habitantes, que não tem acesso a teatro, cinema, espaço cultura. Como se dá a atuação do grupo neste ambiente?
Tipo eu posso ser um exemplo por esta sempre envolvido com teatro e motivando os demais aqui na cidade, eu acho que cultura vem de berço mais pode ser fornecida com eventos locais pra desenvolvimento intelectual e etc...
O grupo tem que incentivar chegar aonde um livro ou a informaçao visual nao esta assecivel, levar e por em pratica.

6 - Qual análise vocês fazem do cenário do Rap no DF: Mídia, eventos, organização, trabalho social?
É bom mais só permanece obedecendo ao estilo musical norte americano,em relaçao a midia, o cenario esta se espandindo cada vez mais. Só nos falta mais realizaçoes de eventos ,nao e há organizaçao temos sim um comercio, um jogo de interesses, trabalho social nao vejo muito falar sobre ,mas, vejo muitos desenvolvendo projetos para fortalecer , hoje mesmo faço parte de uma ONG ART`FICIOS.

8 - Projetos futuros?
Breve

Conheça o grupo:

www.palcomp3.com.br/fatorx
www.myspace.com/leyzfatorx
www.fatorxx.blogspot.com

Contatos: MSN > leyz4_@hotmail.com / 061-96738368 LEYZ 061-96579735 WP

Por Markão Natural da Terra

09 janeiro 2010

Nação Hip-Hop Brasil realiza seu 3º Encontro Nacional


Jovens de todo o país iniciam os preparativos para o 3º Encontro Nacional da Nação Hip Hop de São Victe (SP). O evento será realizado entre os dias 28 a 31 de janeiro de 2010, mas as reuniões preparatórias já estão acontecendo.

Oficinas e workshops ensinarão ao público novas formas e jeitos de dançar break, grafitar, manipular os toca-discos e a arte de rimar
O encontro está sendo construído por DJs, MCs, Breaking, Grafiteiros, Imprensa, Beat Boxing, Pichadores, Bikering, Skating e Rolering. Segundo André Cardoso, um dos articuladores e membro do site www.derua.com.br, qualquer pessoa que vê no Movimento Hip Hop, uma forma de dialogar com a juventude e transformar a sociedade é bem-vinda.

Encontro da Nação Hip Hop

A Nação Hip-Hop Brasil, entidade conceituada do hip hop, foi quem escolheu São Vicente como sede do 3º encontro nacional. Segundo os organizadores do evento, a cidade reúne as melhores condições para a atividade, que ocorrerá na cidade praiana durante o verão. Além disso São Vicente é um patrimônio histórico nacional, pois é a primeira cidade do país, no qual o encontro terá como tema: "Hip-Hop um mergulho na historia".

"A partir de São Vicente que foi construído a nação brasileira e será aqui que construiremos com mais de mil manos e minas do hip-hop do Brasil todo e artistas internacionais as ações da Nação Hip-Hop Brasil. A cidade não poderia ser outra." Fala confiante Aliado G, presidente nacional da entidade. O evento deve contar com parcerias como Ministério da Cultura, Prefeitura de São Vicente, Secretaria de Cultura dentre outras.

Show com Rappin Hood agita o encontro

O cantor e apresentador Rappin Hood se apresenta no dia 29 de janeiro nas areias de São Vicente, com muito rap do bom, dentro das atividades do encontro. O show é um dos destaques entre as atrações do 3° Encontro Nacional de Hip-Hop que vai sacudir o litoral, entre os dias 28 a 31 deste mês.

Diversas atividades entre oficinas e workshops vão interagir e ensinar ao público novas formas e jeitos de dançar break, grafitar, manipular os toca-discos e a um pouco da arte de rimar. Haverá também diversas palestras, debates e muita integração, que trará os integrantes do movimento de todos os cantos do país para se apresentarem nas areias da praia do Gonzaguinha em São Vicente.

Entretanto, nem só de shows vive o hip-hop. "A Nação Hip Hop entende o movimento como instrumento de transformação da juventude e, apesar de ser um encontro focado em Hip Hop, também serão discutidos temas transversais como educação, segurança, trabalho, meio ambiente, juventude carcerária, entre outros”, explica Danilo Otto, diretor da Juventude da prefeitura de São Vicente.

Todas as ações e atrações gratuitas e aberta ao público.

Informações e inscrições: http://www.nacaohiphopbrasil.com/