07 setembro 2011

Samambaia diz não ao lixão



Há algum tempo o Governo do Distrito Federal discute a implantação de um Aterro Sanitário em Samambaia. Várias ações já foram mobilizadas para mostrar ao GDF o grave crime ambiental que está prestes a ocorrer em decorrência da implantação desse projeto. Que dentre outros problemas, não teve a participação legítima da comunidade e esta sendo tocado sem o real esclarecimento das consequências do projeto para a população local.

Convidamos os moradores de Samambaia, que são os principais interessados no bem estar da cidade, para somar esforços na mobilização permanente de ações contra a implantação desse projeto. Mas isso, não anula a participação de toda a sociedade brasileira, porque o Rio Melchior faz parte da Bacia do Rio Descoberto (oeste) que deságua na Bacia do Paraná, responsável pelo fornecimento de cerca de 60% da água tratada consumida no Distrito Federal.

No último dia 20 de agosto de 2011, na Vila Olímpica Rei Pelé, houve uma reunião com algumas autoridades do GDF que vieram somente para nos convencer do projeto, sem dar oportunidade de fala para os representantes da comunidade. Para se ter uma idéia, a comunidade somente poderia se dirigir à mesa das autoridades por escrito. A mesa por sua vez escolhia as perguntas que poderiam ou não ser respondidas. Esse tipo de participação antidemocrática descaracteriza o discurso do atual governo e não atende às necessidades que um projeto de tal envergadura apresenta.

Somos contrários à implantação de um aterro sanitário do Distrito Federal inteiro em Samambaia sem uma discussão mais aprofundada, com participação legítima da população. Repudiamos uma proposta de aterro que não representa a implementação de uma política pública comprometida com o meio ambiente e com a sustentabilidade. Somos favoráveis à discussão e à implementação de uma política de meio ambiente que responsabilize cada uma das cidades por seus próprios resíduos sólidos.

É injusto e inadmissível fazer com Samambaia o que fizeram com a cidade Estrutural. O projeto em tese é interessante e, no papel, apresenta avanços no que diz respeito à destinação dos resíduos sólidos. No entanto, não há garantias sobre os encaminhamentos para que se execute o que está previsto.

Da forma como está sendo conduzido o processo, sem participação da sociedade civil organizada, sem discussão ampla e aberta com a comunidade atingida, não acreditamos que tais medidas reduzirão os impactos ambientais do projeto em questão. O Distrito Federal tem 28 cidades e somente uma, Brazlândia, tenta-se implantar a coleta seletiva do lixo.

Não sabemos dos reais interesses comerciais das empresas de lixo, pois somente o frete dos resíduos sólidos, por exemplo, de Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Lago Sul e Lago Norte será uma fortuna para os cofres públicos.
Por que não projetaram aterros sanitários nos extremos do DF?
Por que não dividir essa responsabilidade de cuidar do lixo com outras Regiões Administrativas?

Já temos a maior Estação de Tratamento de Esgotos da América Latina (ETE - MELCHIOR) implantada em nossa cidade. O odor produzido no local é extremamente desagradável. A população da Expansão de Samambaia e moradores de chácaras daquela região já convivem com o mau cheiro ocasionado pela queima das vísceras e restos de frangos, e, com o intenso trânsito de caminhões da Sadia. Além disso, teríamos que suportar a convivência com todo o lixo do Distrito Federal? Voltamos a dizer: crie-se uma política que distribua as responsabilidades entre as Regiões Administrativas.

Nesse sentido, algumas questões continuam sem respostas:
- Por que o projeto foi aprovado numa Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE JK)?

- Por que a maior parte da população desconhece o projeto e os seus impactos ambientais?

- O que será feito para a preservação das nascentes próximas ao terreno do Aterro?

- Como ficará a situação das quadras residenciais e da Escola Pública que ficam próximas ao local onde se pleiteia a implantação do aterro?

A população de Samambaia é formada por trabalhadores(as) que conquistaram a sua moradia com muita luta. Queremos dignidade, queremos ser tratados com respeito. NÃO ACEITAMOS O ATERRO SANITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL EM SAMAMBAIA.

Participe das reuniões todas as terças-feiras, às 19h30, na Paróquia São José Operário na QN 421. Assine e contribua no mutirão do abaixo-assinado a ser entregue ao Governador Agnelo Queiroz. Envie e-mails para as autoridades do GDF, da Câmara Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado. A comunidade é convidada a exercer sua cidadania em defesa de Samambaia.

MOVIMENTO EM DEFESA DE SAMAMBAIA

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